BRASÍLIA - O senador João Capiberibe e sua mulher, Janete Capiberibe, ambos do PSB do Acre, conseguiram nesta quinta-feira à noite salvar seus mandatos. Ameaçados por três dos sete votos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o presidente da Corte, ministro Sepúlveda Pertence, declarou-se impedido por "motivo de foro íntimo". Com isso, o julgamento foi anulado e será retomado no próximo dia 27, com a presença de um outro ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para presidir a sessão. O casal foi denunciado pelo Ministério Público por compra de votos nas eleições de 2002.

- Já começamos bem - comemorou o advogado dos Capiberibe, Paulo Costa Neto.

O TSE começou a julgar o caso no dia 1º de abril, quando o relator, ministro Carlos Velloso, votou pela cassação dos mandatos. Os ministros Peçanha Martins e José Delgado acompanharam o relator. Logo em seguida, o ministro Fernando Neves pediu vista do processo. A partir de então, o casal de parlamentares conseguiu arrebanhar apoio de diversos setores para tentar uma reviravolta no julgamento.

Nesta quinta-feira, os votos dos ministros contrários aos parlamentares foram anulados e o julgamento será reiniciado no dia 27. Poucas horas antes, o TSE recebera um abaixo-assinado com 13 mil assinaturas em defesa dos Capiberibe. A manifestação de apoio contava com nomes de cidadãos comuns, políticos e artistas - como os cantores Chico Buarque e Chico César.

O processo foi movido pelo ex-senador Gilvam Borges (PMDB-AC), maior interessado na cassação, pois perdeu para João Capiberibe a vaga no Senado nas eleições passadas. Em 2002, Capiberibe fez campanha para o Senado ao lado da mulher, eleita para a Câmara, e Cláudio Pinho, candidato ao governo do estado. Os três foram denunciados pelo Ministério Público estadual por compra de votos. Em operação de busca e apreensão, foram encontrados, na época, R$ 15.495 em espécie, escondidos na casa de duas militantes do PSB.