Governo tem apoio do Congresso e não há crise política, diz Temer

'Não sei de que mais poderes eu preciso', disse o vice-presidente. Após reunião da coordenação política, ele disse que assunto foi desoneração

Fonte: G1

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O vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou nesta segunda-feira (6) que o governo federal tem apoio do Congresso Nacional e que não há crise política. Temer concedeu entrevista após reunião da coordenação política no Palácio do Planalto, com a presidente Dilma Rousseff e ministros.

"Não temos crise política, porque significaria o fato de o governo não ter apoio do Congresso Nacional. [...] Vocês veem que temos tido apoio do Congresso", disse.

Temer deu as declarações após ser questionado sobre sua avaliação em relação ao “aumento no Congresso Nacional da movimentação em torno da possibilidade de a presidente Dilma não conseguir concluir o segundo mandato”.

Ao responder, o vice-presidente justificou sua opinião – de que o governo tem apoio do Congresso – ao mencionar que, ao longo dos últimos meses, tanto a Câmarax como o Senado aprovaram as medidas provisórias que compõem o ajuste fiscal, proposto pelo Executivo para reduzir gastos e reequilibrar as contas da União.

Temer afirmou, ainda, que é preciso distinguir a palavra "crise". "Eu faço distinção do interior da palavra crise, que é usada muito genericamente, quando tem crise econômica, crise política. O que não se quer é crise insitucional", afirmou.

O vice-presidente também comentou  a afirmação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de que Temer é 'sabotado' e tem de deixar articulação política. Temer disse que "não há sabotagem nenhuma".

"A ideia de sabotagem está descartada. É claro que há opiniões no sentido de que podem tentar atrapalhar o nosso trabalho, mas não creio nisso", afirmou.

Temer afirmou ter lido com "certa surpresa" notícias de a presidente Dilma teria dado mais poderes a ele. "Não sei de que mais poderes eu preciso para exercitar a tarefa de vice-presidente e de coodernador politico do governo", afirmou ele, depois de dizer tem o apoio de Dilma.

Ao defender sua atuação como articulador político do governo, Temer afirmou que as "especulações" sobre sua possível saída são "fora do prumo". O peemedebista assegurou que, como vice-presidente, atuará na articulação política do governo, designado ou não pela presidente Dilma para a função.

“Estas especulações de que vou deixar ou não [a articulação] eu acho um pouco fora do prumo. Porque, na verdade, o que se espera do vice-presidente é que ele sempre ajude na articulação. Em síntese, seja eu designado pela presidenta ou não, continuarei sempre na articulação política do país, não tenham a menor dúvida disso.”

Oposição

Temer rebateu a afirmação do presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que afirmou neste domingo (5) que o governo da presidente Dilma Rousseff pode chegar ao fim "talvez mais breve do que imaginam".

"Todos nós esperamos que seja só daqui a três anos e meio [o fim do governo], quando haverá novas eleições", afirmou Temer.

Neste domingo, Aécio Neves foi reconduzido à presidência do PSDB e, durante seu discurso, disse que o grupo político que governo o país "está caminhando a passos largos para a interrupção deste mandato" e afirmou que a presidente "não governa mais".

Indagado sobre suposta "parceria" entre o PMDB e o PSDB para "enfraquecer o PT no poder", Temer disse que a oposição "colabora para a boa governança", defendeu o diálogo entre partidos e ressaltou o apoio de setores da oposição às medidas do ajuste fiscal.

Ele disse ainda que, na democracia, a oposição existe para "ajudar a governar". "Quando ela [oposição] critica, quando ela fiscaliza, quando ela pondera, quando ela objeta, quando ela contesta, está ajudando. Este é o papel da oposição no sistema democrático. Portanto, há dois modelos de oposição: no plano eleitoral e [...], depois das eleições, no plano político-administrativo", disse.

Defesa de Renan e Cunha

Após a fala de Temer, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, pediu a palavra para falar da atuação dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Na avaliação do ministro, os dois parlamentares “jamais cogitaram” o impeachment da presidente Dilma.

“O presidente Cunha tem afastado em todas as suas manifestações públicas e em entrevistas qualquer ilação ou hipótese relacionada com o afastamento ou impedimento da presidenta da República. […] Quanto ao presidente do Senado, o conheço há exatos 40 anos e nunca vi, em nenhum momento da sua trajetória política, o presidente Renan Calheiros afastado ou distanciado dos compromissos para com a democracia”, disse o ministro.

Desoneração

O vice-presidente concedeu entrevista após reunião da coordenação política com a presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, durante o encontro, foi discutido o projeto que reduz desonerações da folha de pagamento. Depois de ter passado pela Câmara, o texto ainda precisa ser votado pelo Senado.

"Tratamos das desonerações que estão na pauta do Senado. O último tópico do chamado ajuste fiscal. [...] Aprovamos as três MPs do ajuste na Câmara e agora, volto a dizer, fecha-se o  ciclo deste ajuste com a aprovação no Senado", afirmou.

Temer concedeu entrevista acompanhado dos ministros das Cidades, Gilberto Kassab, e da Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, além do líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS).

A coordenação é composta pela presidente Dilma Rousseff, Temer e alguns ministros, entre eles Kassab, Aldo Rebelo, Aloizio Mercadante (Casa Civil), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), Ricardo Berzoini (Comunicações), Eliseu Padilha (Aviação Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social).

O grupo se reúne às segundas-feiras pela manhã, no Palácio do Planalto, para avaliar o cenário político e definir estratégias que serão adotadas pelo governo nas próximas semanas.

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