Estupro coletivo causa polêmica judicial no Paquistão

Fonte: Folha Online

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A Suprema Corte do Paquistão anunciou que vai reavaliar o caso de 14 homens acusados de envolvimento em um caso de estupro coletivo e determinou que 13 deles, que haviam sido libertados, permaneçam presos até o final da revisão.

Eles são acusados de violentar uma mulher de 33 anos, Mukhtar Mai, em 2002.

O estupro coletivo teria sido, supostamente, uma determinação do conselho administrativo do vilarejo em que viviam para punição contra o irmão mais jovem de Mukhtar. Ele havia sido visto em companhia de uma mulher de um clã mais influente, o que desrespeita as tradições locais.

Cinco homens haviam sido liberados em março passado, sob alegação de falta de provas. Outros oito haviam sido inocentados no julgamento original do caso e um outro teve sua sentença de pena de morte transformada em prisão perpétua.

Mukhtar havia apelado contra a libertação dos cinco homens e se disse "muito satisfeita" com a nova decisão.

Viagem

O caso tomou proporções políticas quando o presidente do Paquistão, Pervez Musharraf, impediu Mukhtar de viajar ao exterior, temendo que ela pudesse prejudicar a imagem do país.

O governo colocou um carro de polícia em frente à sua casa, em Meerwala, na província de Punjab, dizendo que ela precisava de proteção. Mas ela reclamou que está vivendo uma espécie de prisão domiciliar.

Críticos dos sistemas social e judicial do Paquistão dizem que o caso é um exemplo do triste tratamento dado às mulheres, especialmente em áreas rurais.

Mas Musharraf nega que o episódio seja representativo da cultura do país. "Não somos piores que qualquer país em desenvolvimento", disse ele, durante uma visita à Nova Zelândia, no início deste mês.

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3 Comentários

Elizabeth Gonçalves Junqueira Professora30/06/2005 10:37 Responder

É extremamente triste observar que a miséria e a ignorância conduzam a fatos deprimentes como esse, em que uma mulher é estuprada por 14 homens, porque seu irmão quebrou um costume, uma tradição milenar. Por que não foi ele, o castigado? Muito mais do que uma violência, é esse caso uma afronta às leis universais de Direitos Humanos.

Elizabeth Gonçalves Junqueira Professora30/06/2005 10:37 Responder

É extremamente triste observar que a miséria e a ignorância conduzam a fatos deprimentes como esse, em que uma mulher é estuprada por 14 homens, porque seu irmão quebrou um costume, uma tradição milenar. Por que não foi ele, o castigado? Muito mais do que uma violência, é esse caso uma afronta às leis universais de Direitos Humanos.

Aline Garcia Carvalho Advogada30/06/2005 11:48 Responder

Lamentável e revoltante!!!!! Onde já se viu isso??? O irmao que faz algo irregular e é a infeliz que "paga o pato"???? O que é iso, gente???? Estou indignada!!!!!! Onde estao os Secretários dos Direitos Humanos, a ONU, e afins para tentar intervir nesse tipode costume!!!

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