Estado deve indenizar agente penitenciário

O autor será indenizado moralmente em R$ 100 mil reais. Ele teria ficado paraplégico após ser atingido durante uma rebelião na penitenciária

Fonte: TJMG

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A 6ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) confirmou sentença de Primeira Instância e condenou o Estado a indenizar um agente penitenciário em R$ 100 mil por danos morais. O agente ficou paraplégico porque foi atingido por tiro durante rebelião de presos na penitenciária onde trabalhava.

 
O Estado deverá também pagar à vítima uma pensão mensal vitalícia no valor dos vencimentos acrescida das vantagens relativas ao cargo de agente penitenciário e os futuros reajustes. Para o TJMG, ficou devidamente comprovado nos autos que a lesão sofrida pelo autor decorreu de uma falha na vigilância e na segurança do presídio.

 
Em suas razões, o agente, representado por sua mãe, afirmou que ficou comprovada sua paraplegia e que seu estado clínico o impossibilita de exercer qualquer atividade profissional, ter filhos, constituir família, desfrutar de uma vida social normal, mesmo sendo jovem.

 
Já o Estado defendeu-se dizendo que, sem o binômio ato ilícito mais dano, não nasce a obrigação de indenizar. Afirmou que o valor arbitrado a título de danos morais é absurdo e importa em enriquecimento sem justa causa da parte contrária, devendo ser reduzido a fim de adequar-se à gravidade do dano, à personalidade e à situação econômica da vítima.

 
Para o relator, desembargador Edilson Fernandes, em razão da natureza do serviço prestado pelo Estado e uma vez caracterizada sua responsabilidade objetiva, basta apenas que a vítima prove a ocorrência do fato administrativo, do dano e o nexo causal (que a incapacidade física da vítima decorreu de errôneo planejamento da segurança no presídio) para que se completem os pressupostos da responsabilidade objetiva.

 
O magistrado destacou ainda que o Estado deve ser responsabilizado pela indenização dos danos causados a seus agentes penitenciários, independentemente da prova de culpa, por não ter oferecido condições para a prestação efetiva do serviço de segurança pública e cursos técnicos e de especialização aos seus servidores, tendo em vista a natural periculosidade do trabalho.

 
Ao confirmar a decisão de Primeira Instância, o magistrado ressaltou que, além da indubitável certeza do dano moral sofrido pelo autor, é certo que ficou comprovada a sua dependência de terceiros para as atividades cotidianas. O voto do relator foi acompanhado pelos outros dois integrantes da turma julgadora.


A decisão foi publicada em 7 de dezembro.
 


Processo nº 10024044940104/021

Palavras-chave: Indenização; Penitenciária; Paraplegia; Rebelião; Arma de fogo

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