A Justiça espanhola condenou hoje a sete anos de prisão quatro pessoas envolvidas com a prostituição de brasileiras em Santander, norte da Espanha.

Dois dos réus eram responsáveis pela casa de prostituição onde as brasileiras eram exploradas. Os outros dois condenados são Neiva Neyre S. e Oscar S., que aliciaram sete jovens brasileiras em Belém, no Estado do Pará, com a promessa de que ganhariam muito dinheiro para se prostituírem na Espanha.

O casal, que dava às jovens as passagens de avião, as informações e o dinheiro necessários para entrarem como turistas na Espanha, disse a elas que as despesas da viagem somavam pelo menos 3 mil euros, quantia que, segundo os criminosos, elas poderiam pagar em pouco tempo, trabalhando no clube.

Ao chegarem à casa de prostituição, as brasileiras foram avisadas por María del Carmen S. G. de que teriam de pagar 30 euros por dia pela hospedagem e que a metade do que ganhavam ia para o clube. O restante era destinado a pagar a dívida da viagem.

As brasileiras não conseguiam juntar dinheiro, além das gorjetas dos clientes, criando um ciclo de dívidas com os espanhóis. Além disso, as jovens estavam submetidas a punições caso se excedessem no tempo do serviço ou se não pudessem trabalhar, mesmo que por doença. Cada vez que isso acontecia, a dívida aumentava.

Como viam que nunca iriam conseguir ganhar o que havia sido prometido pelos espanhóis, três das jovens procuraram ajuda no Consulado do Brasil e denunciaram a quadrilha à polícia espanhola.