Entidades pedem execução judicial de acordo da Vasp
O Ministério Público do Trabalho e sindicatos de trabalhadores do setor de aviação pediram às 18h de ontem ao juiz da 14ª Vara do Fórum Trabalhista de São Paulo a execução judicial do acordo firmado com a Vasp há uma semana.
No documento, a companhia reconhece toda a sua dívida com seus funcionários. Como foi homologado pela Justiça, o documento autoriza a venda de bens da empresa e do grupo econômico de Wagner Canhedo para o pagamento de salários atrasados e outros direitos.
As entidades entendem que a Vasp já descumpriu a obrigação que assumiu na Justiça. A aérea tinha até hoje para pagar todos os salários atrasados de funcionários, o que representa, segundo o Ministério Público, cerca de R$ 40 milhões.
Segundo a procuradora do trabalho Viviann Rodriguez Mattos, os funcionários deveriam poder sacar hoje os valores devidos. Como até as 18h de ontem a Vasp não havia feito nenhum depósito em conta judicial ou nas contas particulares dos funcionários, estaria evidente o descumprimento.
A empresa também não entregou ao juiz Homero Batista, titular da 14ª vara, a documentação prometida para garantir o pagamento dos salários. A Vasp se comprometeu a entregar carta de fiança de R$ 40 milhões, que serviria de caução para cobrir os valores caso não ocorresse o pagamento de hoje.
"O descumprimento do acordo foi o golpe mais fulminante nas esperanças dos trabalhadores", afirmou Uébio José da Silva, presidente do Sindicato dos Aeroviários no Estado de São Paulo. "Agora, com a venda dos bens, a Vasp dificilmente voltará a voar."
Procurada pela reportagem da Folha, a diretoria da Vasp não se manifestou ontem sobre o assunto.