Dono da Furacão 2000, Rômulo Costa, se contradiz em depoimento no processo contra o deputado Jorge Babu

Ele chegou a ser advertido pelo juiz de que poderia sair preso pelo crime de falso testemunho se continuasse se contradizendo.

Fonte: TJRJ

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O empresário Rômulo Arthur Costa, dono da equipe de som Furacão 2000, caiu várias vezes em contradição durante depoimento prestado nesta sexta-feira, dia 4, na Seção Criminal do Tribunal de Justiça do Rio. Rômulo é testemunha de acusação no processo que apura o envolvimento do deputado estadual Jorge Luiz Hauat , o Jorge Babu, e de funcionários da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso na cobrança de propinas para a liberação de bailes funks. Ele chegou a ser advertido pelo juiz de que poderia sair preso pelo crime de falso testemunho se continuasse se contradizendo.

Em seu depoimento, Rômulo Costa disse que deve atualmente mais de R$ 4 milhões devido a autuações realizadas pela Vara e que já teve seu carro e objetos de sua casa penhorados para pagar a dívida. Dos cinco acusados, ele afirmou que conhece apenas Jorge Babu, da Câmara dos Vereadores, e o policial Wellington Regadas Moreira, que era quem fiscalizava seus bailes em nome da Vara, mas que nunca sofreu nenhuma extorsão por parte de nenhum dos dois.

Rômulo afirmou que sofria uma perseguição enorme por parte dos funcionários da Vara e que não entendia porque apenas ele era sempre multado. Ele disse que, na época em que realizava bailes no parque Terra Encantada, na Zona Oeste, um funcionário do parque o orientou a tentar um acordo com alguém da Vara, sem se referir a ninguém em especial. De acordo com esse funcionário, os acordos envolviam valores entre R$ 90 mil e R$ 150 mil. Em depoimento anterior, porém, Rômulo disse que o funcionário o orientou a procurar especificamente o policial Wellington Regadas Moreira.

Outra contradição aconteceu quando o empresário afirmou que o deputado Jorge Babu nunca o havia procurado. Em depoimento anterior ele afirmara que, em 2001, o deputado, então vereador, ligou para o seu gabinete, quando ele também era vereador do Rio, orientando-o a entrar em acordo com os funcionários da Vara da Infância, da Juventude e do Idoso para conseguir realizar seus bailes sem ser multado.

Ele afirmou ainda que "se falava em valores de até R$ 150 mil para que meu filho, Jonatan Costa, pudesse continuar se apresentando sem que eu perdesse sua guarda, e também para que meus bailes pudessem ser realizados sem fiscalização". Rômulo, porém, não soube dizer "quem falava" e garantiu nunca ter feito propostas à Vara, nem firmado nenhum acordo, por não ter dinheiro suficiente.

A segunda testemunha a depor foi o então presidente do Olaria Atlético Clube, Augusto Pinto Monteiro, que afirmou nunca ter tido qualquer tipo de problema com a Vara da Infância e da Juventude e que, dos réus, conhece apenas Jorge Babu pela televisão.

No final da audiência, o representante do Ministério Público pediu para o juiz enviar cópia do depoimento de Rômulo Costa à 1ª Central de Inquérito, a fim de que o procurador-geral da Justiça decida se será ou não aberto processo para investigar se o empresário cometeu o crime de falsidade ideológica devido às contradições de seu depoimento. Nada foi dito pelas duas testemunhas em relação aos acusados Paulo Roberto Paim, Luiz Eduardo Soares e Willian Pereira Mendes.

Ficou designada a próxima audiência para o dia 15, às 10 horas, quando serão ouvidas as testemunhas de defesa de Wellington Regadas Moreira. As defesas de todos os réus requereram que os acusados fossem dispensados de comparecer às próximas audiências, o que foi aceito pelo Ministério Público e deferido pelo juiz.

Palavras-chave: furacão 2000

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