Dona da Zara exige que fornecedor ressarça trabalhadores explorados

Equipes de fiscalização do governo federal flagraram em São Paulo trabalhadores estrangeiros submetidos a condições análogas à escravidão produzindo peças de roupa da badalada marca internacional Zara, do grupo espanhol Inditex

Fonte: UOL

Comentários: (0)




O grupo Inditex, proprietário da marca Zara, vai revisar o sistema de produção de seus fornecedores no Brasil, em colaboração com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), para garantir que não haja exploração dos funcionários, informou nesta quinta-feira (18) a companhia espanhola. A empresa exigiu dos fornecedor responsável pela subcontratação irregular que revertam à situação imediatamente.


O fornecedor, por sua vez, assumiu as compensações econômicas aos trabalhadores e vai corrigir as condições trabalhistas de sua terceirizada "para situá-las ao nível no qual estão as instalações auditadas e aprovadas pelas inspeções correspondentes da Inditex". 


Ao todo, as autoridades brasileiras emitiram 52 autos de infração contra duas subcontratadas que produzem roupas e fornecem para a Inditex no Brasil, onde as costureiras trabalhavam em condições de escravidão.


Os expedientes foram emitidos após as inspeções realizadas em duas oficinas que fabricam roupa para a empresa AHA, que fornece 90% de sua produção à empresa espanhola. Autoridades brasileiras identificaram nesses ateliês, que também serviam de moradia, ao menos 15 costureiras, entre elas uma adolescente, que trabalham em condições precárias, com jornadas superiores a 12 horas e recebiam salários entre R$ 246 e R$ 458.


"Esse caso representa uma grave infração ao Código de Conduta para Fabricantes e oficinas externas da Inditex, que esse fabricante havia assumido contratualmente", afirmou a multinacional têxtil, que lembrou que o código estipula a máxima proteção aos direitos dos trabalhadores.


O grupo Inditex, proprietário de marcas como Zara, Massimo Dutti e Pull & Bear, tem presença em 78 mercados de cinco continentes, com mais de 5,2 mil lojas. No ano passado, foram abertas as primeiras lojas do grupo na Bulgária, Índia e Cazaquistão, e em 2011 a Inditex entrou na Austrália. A previsão é que antes do final do ano, a multinacional estabelecida na região espanhola da Galícia (norte) entre na África do Sul, Taiwan e Peru.


No Brasil, são cerca de 50 fornecedores estáveis que somam mais de 7.000 empregos e, conforme a companhia, seu sistema de auditoria social permite assegurar que as condições de trabalho na cadeia de produção tenham "um nível geral ótimo". O grupo espanhol agradeceu a atuação do MTE e sua disponibilidade em colaborar na promoção de melhores condições para a indústria têxtil do país.


Em 21 de junho, Inditex se transformou no primeiro grupo têxtil do mundo depois da capitalização na bolsa, ao alcançar os US$ 38,5 bilhões, superando o grupo sueco H&M.

 

Palavras-chave: Zara Escravidão; Trabalho; Condições; Irregularidade; Marcas; Infração

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/dona-da-zara-exige-que-fornecedor-ressarca-trabalhadores-explorados

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid