Defesa pedirá que ex-diretor da Petrobras seja julgado pelo STF

Envolvimento do deputado federal André Vargas com os investigados será usado pelo advogado de Paulo Roberto Costa para tentar levar o caso ao Supremo

Fonte: Estado de S. Paulo

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Os advogados de Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, querem que ele seja julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelas acusações de lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e participação em organização criminosa. O advogado Fernando Fernandes diz que vai protocolar uma petição, com esse objetivo, nos próximos dias. Costa foi preso no dia 20 de março, sob o argumento de que familiares tentaram esconder provas que interessavam à operação Lava-Jato da Polícia Federal.


Na investigação, policiais identificaram um esquema de lavagem que movimentou pelo menos 10 bilhões de reais, comandado por quatro doleiros. Costa foi envolvido nas investigações, porque foi verificado que ele utilizava serviços do doleiro Alberto Youssef. Youssef chegou a comprar um Land Rover Evoque blindado, avaliado em 300 mil reais, para o ex-diretor da Petrobras. Na conclusão da primeira fase do inquérito, Costa foi indiciado pelos crimes de falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.


Além disso, a Polícia Federal também encontrou indícios de que Costa cobrava propina de fornecedores da estatal e desviou recursos de contratações. Por isso a atuação dele na Petrobras vai ser investigada em uma segunda etapa da operação Lava-Jato. Os investigadores desconfiam que ele tenha se associado ao doleiro em empreendimentos para cometer crimes. Também vai ser investigado se o ex-diretor da Petrobras escondeu bens com a ajuda de familiares.


As acusações contra Costa devem ser formalizadas até esta terça-feira em denúncia do Ministério Público Federal. Fernando Fernandes, advogado do ex-diretor, defende que a situação de Costa deve ser analisada pelo STF, porque foi identificado que o deputado federal André Vargas (PT-PR) teve envolvimento com a quadrilha investigada na operação Lava-Jato. Crimes de parlamentares, que possuem foro privilegiado, só podem ser analisados pelo STF. Documentos das investigações que tratam do envolvimento de Vargas já foram remetidos ao STF.Mas essa também pode ser uma estratégia da defesa de atrasar a análise da situação de Costa.


“Identificado o envolvimento de deputado, não cabe ao juiz de primeira instância decidir quem será ou não julgado pelo STF. Há casos como o mensalão em que todos os acusados foram julgados no Supremo e outros, como o mensalão mineiro, em que os processos foram separados", disse Fernandes.

Palavras-chave: operação lava jato direito penal stf

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