Contra Eduardo Cunha, Câmara deve votar em quem é anti-impeachment, diz Dilma Rousseff

Presidente afastada quer que Câmara escolha um presidente "anti-Cunha".

Fonte: Folha de S.Paulo

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A presidente afastada Dilma Rousseff disse nesta quarta-feira (13) que a Câmara precisa eleger um presidente que não votou pela abertura do processo de impeachment para interromper o que chamou de controle do ex-presidente da Casa Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre os deputados.


"Nós temos de interromper esse processo [de controle de Cunha]. Como? O primeiro passo, eu acredito, é isso que nós estamos vendo na Câmara de Deputados, que é uma grande quantidade de candidaturas e acho que dentro dessas candidaturas nós vamos votar em aqueles que não aprovaram o processo de impeachment", afirmou Dilma em entrevista à rádio "Itatiaia", de Minas Gerais.


Segundo ela, agora a Câmara tem "oportunidade de se reerguer" após a votação do impeachment. Sem nominar, citou parlamentares que mencionaram parentes como exemplos de combate à corrupção, ao votar a favor do processo, e esses parentes foram presos após a votação.


A eleição para presidente acontece nesta quarte e será para um "mandato-tampão", motivada pela renúncia de Cunha à presidência da Casa na semana passada.


O PT tem acenado que deve apoiar o peemedebista Marcelo Castro (PI), ex-ministro da Saúde do governo Dilma, para a presidência da Casa. Castro votou contra o impeachment e é visto com desconfiança pelo Planalto.


Na entrevista, a presidente afastada ainda disse que pretende ir ao plenário do Senado para defender o seu retorno.


"Eu não fui à comissão [do Impeachment] justamente pelo fato de que a comissão é uma comissão, não tem o conjunto dos senadores. Eu preciso do voto do conjunto dos senadores, não de parte dos senadores", afirmou.


'SITUAÇÃO FANTÁSTICA'


Dilma voltou a dizer que sofre uma injustiça e que espera retornar ao Planalto. Em ironia, ela chamou de "situação fantástica" possíveis medidas duras que o governo Temer tem anunciado para depois do fim do processo de impeachment.


"Por que é que não pode fazer antes? Porque não é legítimo. Não pode fazer antes e não pode fazer depois. Porque a ilegitimidade está no fato de que o meu impeachment não tem fundamento jurídico, e esse processo não é político apenas", afirmou.


Questionada sobre o que diria ao presidente interino Michel Temer e a Eduardo Cunha se os encontrasse, Dilma afirmou que "não pretende encontrá-los".


"Não vai ser da minha iniciativa esse encontro. Não vejo nenhum item de diálogo possível. O diálogo é uma troca. Não tenho nenhuma troca de opiniões, projetos ou propostas [com eles]", disse.


COMO SERÁ A ELEIÇÃO


12h Limite para registro das candidaturas

16h Início da sessão; candidatos terão dez minutos cada para discursar - deve haver pelo menos dez na disputa

18h Líderes também têm direito a dez minutos de fala


ABERTURA DAS URNAS


Não há definição do horário de abertura das urnas para votação

Após serem abertas, deputados se dirigem às cabines para votar; não há ordem definida

Parlamentares votam somente no cargo de presidente, o restante da Mesa Diretora não será trocado

Tempo da votação depende do fluxo de deputados nas cabines; prazo ainda será definido por Maranhão

Se um dos deputados obtiver ao menos 257 votos, é eleito


SEGUNDO TURNO


Se ninguém obtiver obtiver ao menos os 257 votos, haverá segundo turno entre os dois primeiros colocados

Nesse caso, o segundo turno começará uma hora após o fim do primeiro turno

Ganha quem tiver mais da metade dos votos presentes, mesmo que esse número seja inferior a 257

Palavras-chave: Eduardo Cunha Votação Presidência Câmara dos Deputados Impeachment Dilma Rousseff

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