Com uso de câmeras, abuso policial cai 65% nos EUA
Tecnologia que grava em vídeo as ações policiais teve impacto nos casos de abuso policial na região
Policiais da cidade de Rialto, na Califórnia, passaram por uma experiência de monitoramento de suas atividades durante 2012 e 2013. A tecnologia que grava em vídeo as ações policiais teve impacto nos casos de abuso policial na região. Segundo dados oficiais, o número de denúncias de atos violentos dos policiais caiu em 65% — quase dois terços da média nos últimos anos. As informações são do site Operamundi.
Além disso, o estudo revelou que o uso da força é praticamente o dobro entre os policiais que não usam câmera no uniforme. De acordo com informações do jornal The New York Times, a pesquisa feita na cidade concluiu que a maioria dos casos de utilização de repressão e força policial é "desnecessária".
A iniciativa partiu de William A. Farrar, o chefe da Polícia em Rialto, após investigação sobre a relação entre policiais e a população. No entanto, o plano de Farrar encontrou resistência frente aos policiais, que “questionaram quais os reais motivos da utilização do sistema Big Brother”, revela o chefe da Polícia.
Em parceria com a Universidade de Cambrigde, a Polícia de Rialto começou o experimento em fevereiro de 2012. No período de um ano, com apenas metade do efetivo policial — em sistema de rodízio — utilizando o sistema de monitoramento, foi notada uma queda de 88% do número de reclamações dos cidadãos contra os policiais.
A utilização das câmeras, no entanto, causou polêmica no debate sobre privacidade e da atuação da Polícia. Defensores dos policiais argumentam que, uma vez que a população sabe que os policiais estão sendo vigiados, podem usar isso contra os oficiais, deixando-os em uma situação de perigo. Por outro lado, defensores dos direitos civis afirmam que a lei inibe o uso arbitrário da força.