A brasileira Paula Oliveira, 26, que diz ter sido atacada por três skinheads na Suíça, deve prestar depoimento à Promotoria de Zurique sobre o caso nesta sexta-feira, segundo informações do Jornal Hoje, da TV Globo.

Na semana passada, o Ministério Público de Zurique abriu um processo penal contra ela por falsa denúncia, depois que exames mostraram que Paula não estava grávida no momento da suposta agressão, como ela tinha declarado às autoridades.

De acordo com a Promotoria de Zurique, Paula teria confessado à polícia, enquanto ainda estava hospitalizada, que havia mentido sobre a agressão e sobre a gravidez. De acordo com o promotor Marcel Frei, ela pode ficar presa por até três anos ou pagar uma multa, se for considerada culpada pela Justiça suíça de ter induzido a autoridade judiciária ao erro.

Porém, o advogado Roger Müller, que defende Paula, afirmou em entrevista à Folha Online que o depoimento prestado pela brasileira não tem validade jurídica --o que foi posteriormente confirmado pelo Ministério Público.

Até o fim das investigações, a brasileira está proibida de deixar o país, já que a identidade e o passaporte dela foram bloqueados pela Promotoria.

Ferida

Paula disse que estava grávida de três meses de gêmeas e que, devido a agressões sofridas no último dia 9, sofreu aborto no banheiro de uma estação de metrô nos arredores de Zurique. Segundo ela, o ataque ocorrera enquanto falava ao telefone com a mãe, em português.

Logo após a agressão, a brasileira tirou várias fotos dos locais do corpo que teriam sido alvo dos criminosos e onde foram escrito, com estiletes, os símbolos do partido ultranacionalista SVP (Partido do Povo Suíço).

Dias após a divulgação do caso, a polícia descartou que Paula estivesse grávida e sugeriu que ela tivesse praticado automutilação.