Brasil sedia fórum global contra corrupção, enquanto Governo é alvo de denúncias

Fonte: InfoMoney

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Em uma coincidência que mais parece ironia do destino, o Brasil está sediando o 4º Fórum Global de Combate à Corrupção, no momento em que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vive uma de suas crises mais graves, provocadas por denúncias de corrupção em diretorias de estatais, como os Correios e o Instituto Brasileiro de Resseguros, e pela suspeita do "mensalão", pagamentos mensais supostamente feitos pelo PT a deputados de outros partidos, a fim de mantê-los em sintonia com a base aliada.

Realizado pela primeira vez na América Latina, o fórum, que acontece a cada dois anos, está sendo utilizado pelo Governo como vitrine de suas ações contra a corrupção. Durante a abertura do evento, no último dia 7, em Brasília, o presidente Lula fez questão de afirmar que, atualmente, 70 servidores públicos são vítimas de investigação, que a Controladoria Geral da União promove auditorias nas contas de 60 municípios diferentes a cada mês e que, de agosto de 2003 até hoje, a Polícia Federal já organizou 46 operações de combate à corrupção, resultando em 1,234 mil prisões.

O secretário especial dos Direitos Humanos, ministro Nilmário Miranda, também presente à abertura do fórum, afinou seu discurso ao do presidente, dizendo que a organização do evento internacional no Brasil "mostra a intenção do Governo de enfrentar o assunto".

Luz amarela para o Brasil

Apesar do momento delicado por que passa o Brasil, durante os primeiros dias do evento, o que se pôde notar é que a imagem internacional do País, no que tange à corrupção, encontra-se em níveis intermediários. De acordo com uma classificação do Banco Mundial (Bird), apresentada no fórum pelo chefe da delegação da instituição, Daniel Kaufmann, em um conjunto de 205 nações, o Brasil ocupa uma posição mediana, avaliada como "luz amarela".

A situação nacional ainda não é tão favorável como nos locais que estão com "luz verde", entre eles os países bálticos e os recém-ingressados na União Européia, mas também está longe das crises de corrupção verificadas em lugares como o Zimbábue e a Guiné Equatorial, para quem a luz do Bird está "vermelha".

Ainda segundo dados do banco divulgados por Kaufmann, a chamada indústria da corrupção tem movimentado, por ano, cerca de US$ 1 trilhão em todo o mundo. E, para combater propinas, desvios, lavagens de dinheiro, e evitar este prejuízo anual, o executivo do Bird acredita que seja essencial a melhoria nos índices de educação e do aspecto social como um todo.

Embora Kaufmann afirme que a corrupção no Brasil não tenha diminuído nos últimos anos, ele encara com prudência as recentes denúncias envolvendo o Governo Federal. "Todos os países têm escândalos, e o que importa é como a sociedade, o governo e o país reagem a isso", diz.

Mundo reunido contra corrupção

O 4º Fórum Global de Combate à Corrupção acontece até o próximo dia 10 de junho, reunindo representantes de mais de 100 países, além de integrantes de organizações não-governamentais e de universidades. O objetivo do encontro bi-anual é discutir experiências na luta contra a corrupção e promover uma cooperação internacional.

Antes do Brasil, os três outros países que sediaram o encontro foram Estados Unidos, em sua capital Washington; Holanda, na cidade de Haia; e Coréia do Sul, também na capital, Seul.

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