Berlusconi é condenado a um ano de prisão por violar sigilo telefônico

Conversa, que não insinuava nenhum crime por parte do político de centro-esquerda, foi preservada pela Promotoria e, depois, furtada

Fonte: Folha de São Paulo

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O ex-primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, foi condenado nesta quinta-feira a um ano de prisão por violação do sigilo telefônico de uma ligação feita em 2005. O conteúdo da conversa foi publicado pelo jornal "Il Giornale", de propriedade de seu irmão, Paolo.


A ligação foi feita entre o presidente da seguradora Unipol, Giovane Consorte, e o líder do oposicionista Democratas de Esquerda, Piero Fassino, em que os dois discutiam a possível compra do Banco Nazionale del Lavoro pela seguradora, uma transação que não se concretizou.


A conversa, que não insinuava nenhum crime por parte do político de centro-esquerda, foi preservada pela Promotoria, que, na época, investigava uma possível interferência ilícita na frustrada aquisição.


No entanto, o arquivo da ligação foi furtado pelo diretor da empresa que gravou o telefonema e, segundo as investigações, mostrada a Silvio e Paolo Berlusconi em uma das casas do ex-primeiro ministro, próxima a Milão.


O conteúdo foi publicado pelo jornal e usado contra Fassino, que era adversário político do ex-chefe de governo na eleição parlamentar de 2006. A fita foi considerada um "presente" para o então mandatário italiano, que venceu o pleito.


Em fevereiro, a defesa havia pedido que ele fosse inocentado. Berlusconi nega qualquer irregularidade e repetidamente se diz vítima de perseguições de juízes milaneses com motivação política. Ele ainda pode recorrer contra a decisão, em um tribunal de apelações.


Segundo a lei italiana, ele não deve cumprir qualquer pena de prisão até que todos os recurso possíveis sejam julgados.


Este será o quarto processo que o ex-premiê enfrenta na cidade, onde tramita o caso Mediaset, em que é acusado de fraude fiscal, e um suposto incidente de corrupção à Justiça. Em Milão, também será julgado o caso Ruby, em que Berlusconi é acusado de abuso de poder e prostituição de menores.


Absolvição


Nesta quinta, o Tribunal de Apelações absolveu Berlusconi do caso conhecido como Mediatrade, em que ele foi condenado pela Justiça de Milão a quatro anos de prisão por fraude fiscal por superfaturar preços de direitos de exibição de filmes comprados por uma empresa de sua propriedade.


Além da prisão, era prevista a cassação de seus direitos políticos de três a cinco anos. Na última sexta (1º), ele negou as acusações e disse que o veredicto foi um erro. "Em vez de receber uma medalha de ouro do Estado por dar trabalho a 56 mil pessoas, fui condenado à prisão e a interditaram meus cargos públicos".


A decisão ainda cabe recurso da Promotoria. Ele é acusado de envolvimento na compra e venda superfaturada de direitos de transmissão de filmes americanos da empresa Mediaset, de sua propriedade, entre 1994 e 1999. Os juízes suspeitam que o aumento artificial foi feito para evasão de divisas para conta no exterior.


Os magistrados estimam em € 46 milhões (R$ 120 milhões) o montante desviado durante a fraude, entre 2000 e 2003. O julgamento começou em 2006, mas foi parado diversas vezes, incluindo o período em que Berlusconi era chefe de governo.

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