O juízo da 33ª Vara Criminal do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro) concedeu na tarde desta terça-feira (25/2), liberdade provisória ao ator e vendedor Vinícius Romão.

Até a manhã desta quarta-feira, no entanto, o ator continua preso, mas deverá ser liberado pela tarde. Ele já está detido há 16 dias.

Amigos do ator que protestaram contra sua condenação afirmam que Vinícius foi vítima de racismo. Ele trabalhou na novela "Lado a Lado", da Rede Globo.

Ele foi preso em flagrante e acusado de supostamente ter roubado e agredido Dalva Maria da Costa Dantas no Méier, zona norte carioca. O caso foi registrado na 25ª DP, no Engenho Novo. A defesa alega que ele foi confundido com o ladrão e apenas estava passando pelo local.

A expedição do alvará de soltura foi condicionada à assinatura de um termo de compromisso para que o indiciado compareça mensalmente em juízo a fim de informar e justificar suas atividades, além de não poder ausentar-se da comarca sem prévia autorização do juízo.

De acordo com a decisão, o ator, além de não ter antecedentes criminais, trabalha, estuda e tem endereço fixo. “Em que pese tais condições não afastarem a possibilidade de autoria do delito, sobretudo ao se considerar o reconhecimento levado a efeito na delegacia, são necessários alguns esclarecimentos nas declarações prestadas, e suas condições pessoais não demonstram que seu retorno à liberdade comprometa a ordem pública, dificulte a aplicação da lei penal ou seja inconveniente para a instrução criminal, ao menos por ora”, afirma o magistrado.

O advogado do ator conversou com a imprensa pela manhã, ao chegar à Casa de Detenção Patrícia Acioli, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo Rubens Nogueira de Abreu, ele deve se livrar da acusação apenas após o Carnaval.

"Ele já está com liberdade provisória concedida. O juiz acatou o pedido da defesa e, assim que o oficial de Justiça chegar, o Vinicius será solto", explicou o advogado ao portal UOL. Ele afirmou que, por enquanto, Romão terá que obedecer leis sobre o status de liberdade provisória, mas depois do Carnaval ele será absolvido sumariamente.

A vítima do assalto foi à delegacia na terça-feira, sozinha. No depoimento, ela disse que pensou em ir à polícia no dia seguinte para retirar a queixa, mas não tinha dinheiro para passagem. Após tê-lo identidicado, ela já afirmo ter dúvidas sobre a participação de Vinícius no assalto.

No registro de ocorrência do caso, obtido pelo G1, a vítima contou que após o assalto o homem teria pulado o muro da estação de trem para fugir e que dentro da bolsa roubada havia a quantia de R$ 10, um crachá, um celular e documentos. Ela contou que o homem estava de camiseta e bermuda preta, era negro e tinha o cabelo estilo black power.

A Corregedoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro vai investigar se houve irregularidades na prisão do ator. As condutas do policial Waldemiro Nunes de Frietas Junior, que trabalha na 11ª DP (Rocinha) e do delegado que estava de plantão no dia, Willian Lourenço Bezerra, serão analisadas.