Após se entregarem à Polícia Federal, marqueteiro do Partido dos Trabalhadores e esposa chegam a Curitiba

João Santana e Monica Moura são alvos da 23ª fase da Lava Jato. Casal estava na República Dominicana e ficará detido na capital do PR.

Fonte: G1

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O marqueteiro do Partido dos Trabalhadores (PT) João Santana e esposa dele, Monica Moura, que são alvos da 23ª fase da Operação Lava Jato, chegaram ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, às 11h35 desta terça-feira (23).


De lá, eles seguirão sob escolta policial até a Superintendência da PF, que concentra vários presos da operação, no bairro Santa Cândida. Por volta das 15h, a dupla vai se juntar aos outros detidos na atual fase para fazer o exame de corpo de delito, que é praxe após a prisão.


O casal estava na República Dominicana trabalhando em uma campanha eleitoral e se entregou à Polícia Federal (PF) ao desembarcar no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos. Eles tiveram a prisão temporária expedida e o prazo vence no sábado (27).


O mandado pode ser prorrogado por mais cinco dias ou, caso achem necessário, as autoridades também poderão solicitar a conversão da prisão para preventiva,  quando não há prazo para que o investigado deixe a carceragem.


Esta etapa da Lava Jato é chamada de Operação Acarajé, que era o nome usado pelos suspeitos para se referirem ao dinheiro irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.


Uma das principais linhas de investigação são os repasses feitos pela empreiteira Odebrecht, um dos alvos da Lava Jato, ao marqueteiro João Santana.


Segundo relatório da PF, João e a esposa ocultaram das autoridades os recursos recebidos no exterior porque tinham conhecimento da "origem espúria" deles.


Esse dinheiro foi escondido, conforme o relatório, mediante fraudes e "com a finalidade exclusiva de esconder a origem criminosa dos valores, que, como se viu, provinham da corrupção instituída e enraizada na Petrobras".


A suspeita é de que, usando uma conta secreta no exterior, o publicitário teria recebido dinheiro da Odebrecht e do engenheiro Zwi Skornicki, representante oficial no Brasil do estaleiro Keppel Fels, segundo o Ministério Público Federal (MPF). De acordo com as investigações, Santana recebeu US$ 7,5 milhões em contas no exterior.


Desse total, US$ 3 milhões teriam sido pagos de offshores ligadas à Odebrecht , entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi Skornicki, entre 2013 e 2014. O engenheiro também foi preso na 23ª fase. Ele é apontado como operador do esquema.


Nesta segunda (22), o juiz federal Sérgio Moro pediu o bloqueio de R$ 25 milhões de João Santana e de R$ 25 milhões de Mônica Moura.


A defesa do marqueteiro João Santana afirmou na noite desta segunda-feira ao Jornal Nacional que todos recursos em contas do exterior do marqueteiro provêm, exclusivamente, de campanha


Marqueteiro do PT


O publicitário João Santana foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006.


Investigadores suspeitam que ele foi pago, por serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores (PT), com propina oriunda de contratos da Petrobras.


Carta indicava caminhos para fazer pagamentos


Segundo o delegado PF Filipe Pace, os fatos relevados na 23ª fase da Lava Lato surgiram de materiais apreendidos na 9ª etapa da operação. Entre eles, estava uma carta de Monica Santana, mulher e sócia de João Santana na Pólis Propaganda & Marketing, endereçada ao engenheiro Zwi Skornicki.


Nela, havia um contrato entre a offshore Shellbill, que tem sede no Panamá e a PF acredita ser de Monica, e a Innovation, ligada à Odebrecht.


A carta indicava caminhos para fazer pagamentos. Havia números de contas do Citibank em Nova York e em Londres, que, na verdade, correspondiam a uma conta na Suíça. O banco permitia operações em dólar e euro por meio de contas conveniadas nos Estados Unidos e no Reino Unido. "O dinheiro foi depositado através dessas contas correspondentes, mas o beneficiário final foi a sua conta na Suiça", disse Filipe Pace.


A PF suspeita que Santana comprou um apartamento de R$ 3 milhões em São Paulo com o dinheiro que recebeu da Odebrecht.


Veja a transcrição completa:


Zwi/Bruno


Mando cópia do contrato que firmei com outra empresa como modelo. Acho que o nosso pode ser simplificado, este é muito burocrático, mas vcs que sabem.


Apaguei, por motivos óbvios, o  nome da empresa. Não tenho a cópia eletrônica, por segurança.


Espero notícias.


Segue também os dados de minha conta com duas opções de caminhos. Euro ou dólar. Vcs escolhem o melhor.


Grata.


Abs.


Mônica Santana


Confira a situação dos investigados até a manhã desta terça-feira:


Estão presos:


- João Santana - marqueteiro do PT - prisão temporária


- Monica Moura - sócia e mulher de João Santana - prisão temporária


- Zwi Skornicki - engenheiro apontado como operador do esquema- prisão preventiva


- Benedito Barbosa -  diretor-presidente da Construtora Norberto Odebrecht (CNO) - prisão temporária


- Vinícius Veiga Borin -administrador de uma consultoria financeira ligada à offshore da Odebrecht - prisão temporária


- Maria Lúcia Guimarães Tavares - funcionária da Odebrecht - prisão temporária


Ainda não foram detidos:


- Marcelo Rodrigues - suposto operador do esquema - prisão temporária


- Fernando Migliaccio - ex-funcionário da Odebrecht - prisão preventiva

Palavras-chave: PT Odebrechet Operação Lava Jato Petrobras Operação Acarajé João Santana

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