Após nove anos de parceria, Robinho e Nike duelam na Justiça

Robinho entendeu que o vínculo havia acabado e disputou algumas partidas com modelos de outras marcas. Ele teve o cuidado de pintar as chuteiras de preto para não fazer propaganda

Fonte: Folha Online

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O atacante Robinho, 27, está em litígio com a Nike. A gigante norte-americana é patrocinadora de atletas como Ronaldinho e Cristiano Ronaldo e de seleções como a francesa e a brasileira.


O atleta entende que seu vínculo com a companhia norte-americana terminou em dezembro de 2010 e foi renovado arbitrariamente.


A Nike sustenta que o documento, assinado pelo jogador em 2005, prevê renovação automática até 2014.


Segundo a Folha apurou, o documento tem dois textos: um em inglês, outro em português. A discordância se dá exatamente por causa das diferenças entre as versões.


O texto em português diz que, ao fim do contrato, as duas partes devem se reunir para entrar em acordo sobre uma possível renovação.


Já o texto em inglês afirma que a empresa pode renovar o contrato automaticamente, pagando ao atleta os mesmos valores do último ano.


A redação do contrato, nas duas versões, é de responsabilidade da companhia.


Em dezembro do ano passado, Robinho entendeu que o vínculo havia acabado. E disputou algumas partidas com modelos de outras marcas. Teve o cuidado de pintar as chuteiras de preto para não fazer propaganda.


A disputa entre a companhia e jogador foi parar na Justiça da Holanda, onde fica a base europeia da empresa.


No dia 4 de janeiro, após uma audiência em Amsterdã, Robinho perdeu. E se viu obrigado a usar novamente os produtos da marca.


O descumprimento dessa decisão custaria ao atacante brasileiro uma multa de 300 mil euros por dia.


A Nike afirma que esse valor não está previsto em contrato e que a multa foi fixada pela Justiça da Holanda.


A defesa de Robinho tenta derrubar essa decisão. Enquanto a disputa na Justiça europeia não tem um desfecho, Robinho estuda entrar com ação também no Brasil.


A advogada do jogador, Marisa Alija, disse que a decisão na Holanda é em caráter provisório e está em fase de recurso. "Existe previsão em contrato para que o assunto seja discutido no país, além de a legislação brasileira assegurar que os contratos feitos no Brasil devem ser analisados em solo brasileiro."


Alija acrescentou que se trata de "questão estritamente comercial" entre Robinho e Nike. "Não consideramos qualquer hipótese de relação com a convocação ou não do jogador [para a seleção]."


O desentendimento não mudou a situação do jogador na seleção. Robinho foi convocado para o amistoso contra a França, em fevereiro, e foi o capitão da equipe.

Ontem, pela primeira vez desde que Mano Menezes assumiu o comando do Brasil, Robinho não foi convocado.


Em entrevistas recentes, o treinador sempre deixou claro que não enfrenta nenhum tipo de interferência da CBF ou patrocinadores em seu trabalho de convocar e escalar a seleção brasileira.


Hoje, para romper o vínculo, o atleta teria de pagar à empresa três vezes tudo o que já recebeu desde 2002, incluindo material esportivo.


O primeiro contrato foi assinado em dezembro de 2002, logo após o atacante levar o Santos à conquista do Campeonato Brasileiro.


Em 2005, quando Robinho se transferiu para o Real Madrid, houve o primeiro desentendimento com a Nike, mas um acordo evitou que a disputa fosse à Justiça. No período em que defendeu o inglês Manchester City, o valor do contrato foi reduzido, porque se tratava de clube de menor expressão que o Real.


A transferência para o Milan não significou aumento do "salário Nike" do atleta.

 

Palavras-chave: Robinho; Nike; Justiça; Disputa; Chuteiras; Contrato

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2 Comentários

João Delfino Esteves Radel Advogado07/03/2011 11:40 Responder

Lenda a matéria, fica dificil acreditar que não ovorreu interferência da NIKE na \\\"não\\\" c onvocação do Robinho. As vezes chego a acreditar aue somos mesmo um bando de manés...

JORGE ANTUNES Advogado09/03/2011 15:39 Responder

O Brasil continua sendo exportador de talentos... gastamos fortunas com a formação do atleta, vendemos a preço de banana e repatriamos o bagaço da laranja, haja vista o considerável número de velhos personagens do futebol encerrando a carreira no Brasil.. \\\"sobrou pra mim o bagaço da laranja\\\"...

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