Advogada impedida de adentrar em tribunal diz esperar mudança no ato normativo sobre roupas
Advogada espera que vice-presidente da Corte de Justiça coloque em discussão ato normativo que estabelece indumentária a ser utilizada dentro do TJ
A polêmica envolvendo o tamanho da saia de uma advogada e o impedimento do seu acesso ao Tribunal de Justiça de Alagoas deve prosseguir pelo menos até a próxima semana. Em entrevista à Rádio Gazeta na manhã da última sexta-feira (22), a advogada Mírnia Alves disse esperar que o vice-presidente da Corte de Justiça, desembargador Tutmés Ayran, coloque em discussão o ato normativo nº 15, de 2009, que estabelece a indumentária a ser utilizada dentro do TJ.
Mírnia se disse estarrecida com a nota divulgada pela assessoria do Tribunal de Justiça, apesar de desconhecer seu conteúdo, uma vez que teve ‘vergonha de ler’. A advogada ainda exigiu um pronunciamento da seccional alagoana da Ordem dos Advogados do Brasil e afirmou ter “esperança” que este episódio provoque uma mudança no TJ.
“Cercearam meu direito de ir vir. Fui violada não só como advogada, mas como mulher e cidadã, e não vou abrir mão de tomar as medidas cabíveis para ma satisfazer como pessoa”, defendeu a advogada, sem dizer quais medidas irá adotar.
A advogada relembrou, ainda, que o episódio da última quarta-feira (20), não foi o primeiro em que foi impedida de entrar no TJ devido aos seus trajes. No primeiro episódio, ela teria voltado para casa e trocado de roupa. Mírnia salientou, ainda, que os militares da corte são despreparados.
O imbróglio ocorreu na quarta-feira, quando a advogada foi impedida por militares que faziam a segurança do TJ de ter acesso às Câmaras por utilizar uma saia (de oncinha) cujo comprimento foi considerado inadequado. O impedimento provocou uma reação da OAB/AL, cujos membros seguiram para o TJ para assegurar as prerrogativas da advogada.