Acusado de matar cabeleireiro teria agido por motivo fútil

O 4º Tribunal do Júri da capital decide ainda esta noite, dia 4, se condena ou absolve o garoto de programa Olívio Lordelo Pastore, de 19 anos, acusado da morte do cabeleireiro Ronan Ferreira, em março de 2009.

Fonte: TJRJ

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O 4º Tribunal do Júri da capital decide ainda esta noite, dia 4, se condena ou absolve o garoto de programa Olívio Lordelo Pastore, de 19 anos, acusado da morte do cabeleireiro Ronan Ferreira, em março de 2009. Ele é réu confesso do crime, mas alegou legítima de defesa, uma vez que estaria tentando se desvencilhar das investidas sexuais da vítima. Entretanto, para o promotor de justiça Luciano Lessa, que pediu a condenação do acusado em plenário, Olívio Lordelo agiu por motivo fútil e com recurso que impossibilitou a defesa do cabeleireiro.

O garoto de programa está preso na Casa de Custódia de Itaperuna, na Região Norte do Estado, e responde pelo crime de homicídio duplamente qualificado. De acordo com os autos, ele realizava programas sexuais com homossexuais em troca de dinheiro e presentes de até mil reais.

O promotor de justiça disse aos jurados (cinco mulheres e dois homens) que o cabeleireiro foi morto após uma mera discussão com o réu, com quem mantinha um relacionamento afetivo. Ele lembrou que Lordelo apresentou versões diferentes do crime nas quatro vezes em que foi interrogado: em Muniz Sodré, no Espírito Santo, onde foi preso; na 16ª Delegacia de Polícia, na Barra da Tijuca, que investigou o crime; em juízo, por ocasião do seu interrogatório; e hoje, durante o julgamento.

?Ficou demonstrado em todo o processo a ausência da legítima defesa. Não havia evidência de luta dentro do carro. O motivo do crime só pode ter sido um desentendimento. Ele é réu confesso, mas alegou legítima defesa. Ele não consegue repetir a mesma versão. Lamentavelmente este moço mente o tempo todo?, afirmou o promotor Luciano Lessa.

O promotor confrontou os argumentos do acusado com os depoimentos das testemunhas e as provas da perícia criminal presentes no processo. Olívio Pastore contou que tentou sair do carro em reação às investidas de Ronan. Neste momento, ele recebeu uma gravata e, durante a luta corporal, o carro teria se movido, fazendo com que o porta-luvas se abrisse. No local, havia uma tesoura, usada por ele para golpear o cabeleireiro.

Para o promotor Luciano Lessa, a versão é fantasiosa, pois a vítima foi surpreendida por um golpe de faca no pulmão e na artéria aorta, resultando num choque hemorrágico e anemia aguda. O corte na região do tórax foi de oito centímetros de extensão, derrubando a alegação do réu de que teria usado uma tesoura de cabeleireiro, fina e pontiaguda.

?Não havia tesoura no carro, porque ele (a vítima) não fazia atendimento domiciliar. O veículo estava engrenado, Ronan estava ao volante, pronto para sair. Ele estava dirigindo, tomou o golpe e bateu com o carro. Não há lesões de defesa no corpo da vítima, que é o primeiro ato de desespero dentro de um carro. Se era legítima defesa, por que o réu rolou o corpo da vítima para o banco de trás do carro? Se a vítima ainda estava viva, por que não chamou o segurança do shopping??, indagou o promotor de justiça.

Dono do salão Ronan Cabeleireiros, localizado em uma galeria da Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, a vítima foi morta aos 48 anos com uma facada no peito na noite do dia 2 de março de 2009. Seu corpo foi encontrado na madrugada do dia seguinte, na mala do seu próprio carro, um Jeep Cherokee preto, dentro do estacionamento do shopping New York City, na Barra da Tijuca. Câmeras instaladas no shopping gravaram imagens do réu em companhia da vítima na noite do crime.

O corpo do cabeleireiro foi sepultado em Coxim, região norte do Mato Grosso do Sul, e, de acordo com amigos, ele pertencia a uma família tradicional na cidade e era querido no meio artístico, tendo como seus clientes diversos atores e atrizes.

Processo nº 0054386-60.2009.8.19.0001

Palavras-chave: acusado

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