À CPI da Petrobras, Vaccari diz que todas as doações ao PT são legais

Tesoureiro do partido presta depoimento nesta quinta-feira. Sessão começou com tumulto quando ratos foram soltos no plenário.

Fonte: G1

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Em depoimento à CPI da Petrobras, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, reafirmou nesta quinta-feira (9) que todas as doações recebidas pelo partido são legais, feitas por meio de transações bancárias e mediante entregue de recibo. Na sessão tumultuada, na qual ratos foram soltos no plenário, o dirigente petista destacou que todas as doações ao PT são declaradas à Justiça Eleitoral.

"Todas doações são feitas por meio de transações bancárias, estão dentro da legislação vigente e são declaradas à Justiça eleitoral", declarou o tesoureiro aos integrantes da CPI.

O nome de Vaccari apareceu na delação premiada do ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco, um dos delatores do esquema investigado pela operação Lava Jato. Segundo o executivo da estatal, o dirigente petista recebia propina de empresas que firmavam contratos irregulares com a Petrobras.

O doleiro Alberto Youssef, outro dos delatores do esquema, disse contou às autoridades que Vaccari recebia a fatia da propina destinada ao PT. Desde que surgiram as denúncias, o tesoureiro nega participação no esquema.

Antes de responder às perguntas dos parlamentares, Vaccari fez uma apresentação no telão em que mostrou reportagens publicadas pela imprensa que mostram que doações feitas pelas empresas investigadas na Operação Lava Jato também abasteceram os caixas de outras legendas. "A forma de arrecadação entre os partidos se mantém", disse.

Fontes de financiamento

No depoimento, Vaccari afirmou que assumiu a Secretaria de Finanças do PT na campanha de 2010, quando Dilma Rousseff disputou pela primeira vez a Presidência da República. Ele destacou que é o único responsável pelas finanças do partido. “Eu sou responsável pela Secretaria de Finanças e Planejamento. Não há outro responsável que não eu”, enfatizou.

O relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), indagou o tesoureiro sobre as formas de arrecadação do PT. Vaccari destacou que além das repasses do fundo partidário e das doações de empresas, outra importante fonte de financiamento do partido é a doação de filiados. Ele informou que está iniciando uma campanha para colher contribuições.

“Nós também elaboramos e temos tradição nisso. Que é a busca e captação de recursos de nossos filiados. Estamos planejando uma nova campanha na busca de captação de recursos de filiados e simpatizantes”, contou aos deputados.

Vaccari disse que o PT não possui nenhum imóvel ou avião. Conforme ele, os carros usados pelo partido são de leasing (contrato de arrendamento). O tesoureiro também destacou que os bens da legenda se restringem a móveis de escritório.

“O partido não tem imóveis. Os carros são leasing e não temos aviões. Temos móveis de escritório”, observou o dirigente.

Ele ainda negou manter contas bancárias fora do país. “Eu não tenho conta em nenhum banco no exterior. Tenho apenas uma conta corrente e um cartão de crédito aqui no Brasil”, declarou, acrescentando que o PT também não possui conta bancária no exterior.

O tesoureiro do PT disse desconhecer a existência de cartel entre as empresas que prestavam serviço para a Petrobras. “Nunca tive essa informação”, declarou.

Ratos no plenário

O depoimento de João Vaccari Neto iniciou às 10h02. No momento em que o dirigente petista entrou no plenário, um funcionário da Câmara soltou cinco ratos no recinto. Os animais geraram gritos e confusão (assista ao vídeo ao lado).

A assessoria da Câmara informou que o homem que soltou os ratos no plenário se chama Márcio Martins de Oliveira. Ele era funcionário em cargo de comissão da Segunda-Vice-Presidência da Casa. Depois do espisódio, a assessoria do órgão informou que ele foi exonerado.

Segundo a assessoria da Câmara, Oliveira foi admitido no cargo em março deste ano. Entre abril de 2014 e 8 de março de 2015, ele atuava como secretário legislativo do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força.

Conforme informações do Portal da Transparência da Câmara, Oliveira ocupava um Cargo de Natureza Especial (CNE) 15, com remuneração de R$ 3.020,85.

No início da sessão, Paulinho afirmou ao G1 que o “povo” faria um ato público na CPI, mas não especificou o que ocorreria. Após a confusão, policiais legislativos passaram a barrar a entrada de pessoas não-credenciadas no plenário.

 Delações de Barusco e Youssef

Sobre as acusações contra ele feitas por Barusco e Youssef, Vaccari repetiu reiteradas vezes que os termos dos depoimentos de delação premiada de ambos "não são verdadeiros". A insistência nessa resposta provocou certa irritação em alguns deputados.
 
O deputado Bruno Covas (PSDB-SP), um dos sub-relatores da CPI, rebateu dizendo que a resposta que ele esperava era "simples" e bastava o tesoureiro dizer se confirmava ou negava as acusações, mas Vaccari se ateve à resposta que já vinha dando.

Quando questionado se a sua cunhada Marice Correa Lima recebeu R$ 110 mil de Youssef, como afirmou o doleiro à Justiça, Vaccari insistiu afirmando que os termos das delações não são verdadeiros e que a relação  com ela é estreitamente "familiar".

 

Palavras-chave: Petrobras CPI Lava-Jato Doações PT

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