O que já aprendemos e o que ainda precisamos aprender sobre liderança remota em um ano de home office

Por Anelise Roberta Belo Bueno Valente, advogada e gestora da equipe Smart Law no escritório Rücker Curi Advocacia e Consultoria.

Fonte: Anelise Roberta Belo Bueno Valente

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Reprodução: Pixabay.com

Passados 12 meses de instabilidade global, das perdas irreparáveis em âmbito pessoal, do abre e fecha, de decretos com restrições anunciados ao apagar das luzes de uma sexta-feira e do trabalho remoto imposto e implementado sem qualquer preparação, estaríamos chegando perto do ideal e necessário para uma liderança remota?


Se para os colaboradores o trabalho remoto é um desafio, para os líderes de equipe há ainda mais obstáculos a serem superados. Para além das questões relacionadas ao home office, como adaptação à quebra abrupta de rotina e manter a jornada dentro do padrão viável e saudável à saúde mental, existe ainda a função conjunta de liderar uma equipe, pequena ou grande, mantendo todos os colaboradores engajados e ajudando-os a superar os desafios diários do trabalho remoto. 


Por mais que ainda existam questionamentos e muita evolução à frente, é fato que, um ano depois do primeiro lockdown, os líderes devem estar mais adaptados e agindo de maneira mais assertiva na hora de manter o ânimo e a disciplina dos liderados. E, apesar de inexistir uma fórmula mágica e única para liderança de equipe, é importante compreender que algumas mudanças são, sim, imprescindíveis. 


Já diria José Galló, executivo e ex-CEO das Lojas Renner, função que exerceu por 20 anos: quando o líder está diante do enfrentamento de crises, “a primeira coisa a se pensar é nas pessoas”. Portanto, se torna essencial exercitar diariamente a empatia e o olhar humanizado, demonstrando aos integrantes da equipe que sua condição enquanto pessoa importa tanto quanto os resultados que podem ser atingidos com sua dedicação. Até porque, é natural produzir mais quando você se sente acolhido e valorizado. Aqui vão algumas práticas de boa liderança remota que o último ano exigiu


Ouvir o que o outro quer e precisa dizer


Saber e, principalmente, ouvir o que o outro quer e precisa lhe dizer, entendendo a demanda de forma clara a fim de que a solução ideal seja alcançada. Dar espaço para uma maior interação entre os membros da equipe, descentralizando questões com menor impacto contingencial e demonstrando a todos que eles têm autonomia e capacidade para solucionar parte dos problemas diários que possam surgir.


Assumir a responsabilidade


Da mesma forma, puxar para si questões mais relevantes e que possam causar desconforto e dúvidas aos liderados no momento da busca de solução, mas sem deixar de oferecer o feedback aos envolvidos. 


Se abrir para a nova comunicação


É preciso desenvolver ou aprimorar as habilidades para um novo tipo de comunicação, que não tem a troca de olhares e percepções da linguagem corporal e se restringe à troca de mensagens. Sempre cuidando com os termos e formas, evitando interpretações diferentes das pretendidas. É importante, mais do que nunca, saber dosar a quantidade de mensagens e cobranças diárias, sem esquecer do controle das atividades, mas prevalecendo a flexibilidade e deixando que a equipe realize as atividades que realmente importam. Em contrapartida, instruir e deixar previamente combinado com todos, a começar pelo líder, como deverá se estabelecer a relação com o chat, adotando padrões de comunicação. 


Otimizar as reuniões online


Manter as reuniões periódicas da equipe e, sempre que possível, expandir para a participação de integrantes de outras equipes, visando a troca de experiências, tem se mostrado imprescindível para manter as equipes próximas nesses tempos de isolamento social. Contudo, é sempre bom deixar o assunto a ser abordado bem delimitado logo no envio prévio da pauta, para que todos possam se preparar e levar suas contribuições profissionais ou pessoais sobre os temas. 


Liderar remotamente é buscar com muito mais afinco a prática da empatia assertiva. Como bem explica Kim Scott no livro “Empatia Assertiva”, “para ser um bom líder, você precisa importar-se pessoalmente com as pessoas ao mesmo tempo que as confronta diretamente. Se confrontá-las sem se importar com elas, cairá na armadilha da agressividade ofensiva”. Por isso, é necessário ter em mente que liderança é modo de agir e liderar de forma eficaz não se resume a ordenar, mas sim em influenciar.  


Autora: Anelise Roberta Belo Bueno Valente é advogada e gestora da equipe Smart Law no escritório Rücker Curi Advocacia e Consultoria, pós-graduada em Direito Processual Civil Aplicado pela Escola Brasileira de Direito e mediadora e árbitra pela Câmara Nacional de Esportes.


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