Supremo manda soltar executivo da Match suspeito de integrar máfia dos ingressos

Ministro Marco Aurélio Mello decidiu acolher pedido da defesa

Fonte: Último Segundo

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello determinou nesta terça-feira (5) a libertação do executivo da Match Services Raymond Whelan, suspeito de integrar uma máfia internacional de venda ilegal de ingressos da Copa do Mundo.


Whelan está preso desde 14 de julho no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, no Rio, e teve pedidos de liberdade negados pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).


A defesa argumentou ao Supremo que houve "constrangimento ilegal" porque a Copa já acabou e não havia motivo para a manutenção da prisão.


A Match foi a única empresa autorizada pela Fifa para a venda de pacotes de ingressos e camarotes da Copa no Brasil, e Whelan é suspeito de ter facilitado a obtenção dos ingressos por parte de criminosos.


O CEO da Match havia sido detido no dia 7 de julho, mas obteve liberdade horas depois por decisão do plantão judiciário no Rio. Após ser solto, teve nova prisão decretada e ficou foragido por alguns dias. A defesa tentou no TJ nova libertação, mas não conseguiu e recorreu ao STJ, que também negou.


O habeas corpus protocolado no Supremo foi apresentado pelo advogado Fernando Fernandes, investigado por suspeita de ter facilitado a fuga do cliente.


A defesa afirmou que as autoridades tentaram "a qualquer preço" manter a prisão de Whelan. Segundo a defesa, ingressos foram comercializados pela Match com autorização da Fifa. Ele citou que o tipo de ingresso "hospitality" permite o acesso do torcedor a um setor Vip e com alimentação diferenciada. Por conta disso, sustentou, não havia preço fixo para o bilhete.


De acordo com a polícia, escutas telefônicas apontaram que o esquema ilegal era operado pelo argelino Mohamed Lamíne Fofana, que tinha como contato Raymond Whelan. Segundo as investigações, três empresas de turismo localizadas em Copacabana, interditadas por policiais, faziam contato com agências de turismo que traziam turistas ao país e vendiam ingressos acima do preço.


Eram ingressos VIPs, fornecidos como cortesia a patrocinadores, a Organizações Não Governamentais (ONGs) e também destinados à comissão técnica da Seleção Brasileira. Desde bilhetes de camarotes até entradas de assentos superiores. Uma entrada para a final da Copa no Maracanã chegava a custar R$ 35 mil e a quadrilha chegava a faturar mais de R$ 1 milhão por jogo.

Palavras-chave: direito penal habeas corpus máfia dos ingressos

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