Privacidade é algo novo?

Por Gustavo Rocha.

Fonte: Gustavo Rocha

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Reprodução: Pixabay.com

Recentemente em um dos maiores eventos de privacidade do mundo, promovido pelo IAPP ( International Association of Privacy Professionals), chamado IAPP Global Privacy Summit 2022 realizado em Washington, D.C, EUA, Tim Cook – CEO da Apple, trouxe uma citação de um livro escrito em 1972 para demonstrar a importância da privacidade nos dias atuais.


Citing the work of late privacy scholar Alan Westin’s seminal work, “Databanks in a Free Society,” which turns 50 years old this year, Cook said, “Westin concluded that while the erosion of privacy was a legitimate fear, it was not an inevitable consequence of technology.” 


He also quoted from Westin’s 1972 book: “What is collected, for what purposes, with whom information is shared, are all matters of policy choice, not technological determinism. … Man cannot escape his social or moral responsibilities by murmuring feebly that ‘the machine made me do it.’” 


FONTE DO TEXTO: HTTPS://IAPP.ORG/NEWS/A/APPLES-TIM-COOK-PROTECTING-PRIVACY-MOST-ESSENTIAL-BATTLE-OF-OUR-TIME/


Em uma tradução livre:


Citando o trabalho seminal do estudioso de privacidade Alan Westin, “Bancos de dados em uma sociedade livre”, que completa 50 anos este ano, Cook disse: “Westin concluiu que, embora a erosão da privacidade fosse um medo legítimo, não era um inevitável consequência da tecnologia”.


Ele também citou o livro de Westin de 1972: “O que é coletado, para quais propósitos, com quem a informação é compartilhada, são questões de escolha de políticas, não de determinismo tecnológico. … O homem não pode escapar de suas responsabilidades sociais ou morais murmurando debilmente que ‘a máquina me obrigou a fazer isso’”.


Vejamos que a citação de 1972, há 50 anos atrás, já trazia em seu bojo os princípios insculpidos na GDPR e na LGPD, que chegaram quase 50 anos depois.


Temos que realmente compreender que o vilão da privacidade não é a tecnologia, nem mesmo de forma isolada a empresa A ou empresa B. É muito maior que isto.


O vilão e também quem vai mudar este cenário é a cultura.


Precisamos compreender que o problema da privacidade não é com o outro. É também conosco na maneira que divulgamos dados, entregamos dados, queremos as facilidades que os dados compilados e ajustados nos proporcionam, entretanto, reclamamos da soma de conhecimento que ele tem sobre nós.


O fato de existirem regras claras sobre proteção de dados na atualidade é essencial. Nos dá um norte, uma bandeira para entender melhor o que pode ou não sobre o tema.


Contudo, sozinho, sem pensar, sem criar uma cultura sólida sobre o tema, nada adianta. É similar a fazer uma adequação de implementação de LGPD sem treinar a equipe, sem estabelecer um comitê interno de privacidade, sem buscar compreender que a empresa é um ser vivo enquanto negócio, fluxos, tecnologia e pessoas.


Privacidade importa.


Pessoas importam.


Dados importam.


Tecnologia importa.


E o que a privacidade impacta nas pessoas, nos dados coletados e no uso que a tecnologia dá a tudo isto quando retorna as pessoas, importa. 


Vamos buscar compreender o resultado, impacto, que a privacidade nos traz e criar uma cultura de respeitar a privacidade sem ofuscar a tecnologia ou os negócios oriundos e orientados a dados. 


É possível, já que todos queremos privacidade e não é de hoje… E sabemos também há mais de 50 anos que a privacidade tem objetivo, foco, origem e destino, pode ser respeitada e não destruída pela tecnologia.


Façamos o princípio que nos leva a estudar história: Compreender o passado para melhorar o presente e evitar os mesmos erros no futuro.


Vamos cuidar da privacidade sem perder a evolução necessária e inevitável da tecnologia. 


#PraPensar


Sou Gustavo Rocha - Professor da Pós Graduação, coordenador de grupos de estudos e membro de diversas comissões na OAB no RS e SP. Atuo com consultoria em gestão, tecnologia, marketing estratégicos e implementação de adequação à Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD.


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