Presidente do STJ diz que não se deve mexer nas fissuras do regime militar

BRASÍLIA - Ao participar da cerimônia de homenagem ao Dia do Aviador na Base Aérea de Brasília, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, disse nesta sexta-feira que não ajuda em nada voltar a mexer nas "fissuras" ocorridas durante o período militar.

Fonte: O Globo

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BRASÍLIA - Ao participar da cerimônia de homenagem ao Dia do Aviador na Base Aérea de Brasília, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Edson Vidigal, disse nesta sexta-feira que não ajuda em nada voltar a mexer nas "fissuras" ocorridas durante o período militar. Indagado sobre a polêmica envolvendo fotos que mostrariam o jornalista Vladimir Herzog na prisão, Vidigal disse que o caso já foi sepultado e que é preciso esquecer episódios como esse, já que a Lei da Anistia serviu para todos.

- Anistia é esquecimento. Não ajuda em nada agora mexer nessas fissuras. Essa história já foi sepultada. O povo foi às ruas, lutou pela anistia, pelo retorno dos brasileiros no exílio. A lei valeu para todo mundo. A agenda dos países é outra. Temos que avançar.

O caso Herzog voltou a ser discutido depois que o jornal "Correio Braziliense" publicou, no dia 17 deste mês, fotos que mostrariam o jornalista sendo humilhado na carceragem do DOI-Codi de São Paulo, antes de ser assassinado em outubro de 1975, durante a ditadura militar. Elas foram passadas ao jornal pelo ex-araponga do serviço de inteligência do Exército, o cabo José Alves Firmino, que teve acesso a documentos reservados do Exército.

A própria viúva do jornalista, Clarice Herzog, chegou a confirmar em entrevista que as imagens eram mesmo de seu marido, mas nesta quinta-feira a Secretaria Especial de Direitos Humanos informou que as fotos não eram de Herzog. A Secretaria chegou à conclusão após pedir uma análise da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Relatório enviado nesta quinta pela Abin diz que as fotos são produto de uma investigação ilegal feita em 1974 pelo extinto Serviço Nacional de Inteligência (SNI).

Assim que confirmou a informação de que as fotos não eram de Herzog, o secretário especial dos Direitos Humanos, Nilmário Miranda, comunicou o fato à viúva.

Quando soube da publicação das imagens, o Exército divulgou uma nota classificando tudo como revanchismo. O documento provocou a reação de pessoas ligadas aos direitos humanos e do próprio PT. Um dia depois, o comandante do Exército, Francisco Albuquerque, divulgou uma nova nota dizendo que não queria "ficar reavivando fatos de um passado trágico que ocorreram no Brasil."

No Congresso, a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados aprovou requerimento para cobrar do Ministério da Defesa e do Exército a abertura de todos os arquivos do regime militar. Os parlamentares também tinham decidido convocar José Alves Firmino para esclarecer como teve acesso aos documentos do Exército.

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