Policiais militares são condenados por matar jovem em Ceilândia O Tribunal do Júri de Ceilândia condenou os policiais militares Carlos Antônio Basílio Braga e Gilberto Catunda por homicídio duplamente qualificado, em julgamento realizado nessa segunda-feira, 17/05. Eles terão que cumprir 15 anos de prisão, cada um, em regime fechado, pelo assassinato do estudante Valdomiro da Luz Porto que tinha 19 anos na época do crime, em 3/03/1995.

Os jurados aceitaram a acusação do Ministério Público de que o crime foi cometido com crueldade e de emboscada, tornando impossível a defesa da vítima. Segundo dados do processo, primeiro os policiais espancaram o jovem. Depois disseram a ele que o levariam a um hospital e o colocaram no cubículo da viatura, onde jogaram gás lacrimogêneo. O rapaz foi levado para um campo escuro e os policiais determinaram que ele rezasse e o fuzilaram, quando fazia o sinal da cruz.

Os policiais acreditaram que a vítima estava morta e a levaram para o Hospital Regional de Ceilândia (HRC). Valdomiro foi transferido para o Hospital de Base do DF, onde recobrou a consciência e pode então prestar depoimento a 19ª Delegacia da Polícia (P Norte). Ele faleceu, quase um mês depois, em decorrência dos ferimentos.

Valdomiro Porto morreu porque foi confundido com um criminoso conhecido como "Papa-Léguas". Na noite do crime, os policiais seguiam ordens do então major e comandante da 5ª CPMind, Alberto Fraga (DEM), para localizar o bandido que era acusado de roubar e estuprar a filha de um soldado da mesma companhia.

Segundo o juiz Gilmar Rodrigues da Silva, que comandou o julgamento, os policiais eram primários à época do fato e não tinham antecedentes criminais. Também não apresentavam aspectos negativos em suas personalidades e tinham boa conduta social.

Nº do processo: 2002.03.1.005634-0