Os cartões e suas vulnerabilidades

André Marques de Oliveira Costa é advogado doutorando em Direito pela UNLZ.

Fonte: André Marques de Oliveira Costa

Comentários: (0)




André Marques de Oliveira Costa ( * )

No mundo globalizado estamos vivendo no momento resultado do processo de modernização e para alcançarmos esse cenário foi necessário aplicação de diversas alterações nos costumes de nossos ascendentes. Em época não muito de distante, dos nossos avós no comércio, a compra e venda a prazo se realizava por meio do registro nas cadernetas, sendo anotado o que era levado ou consumido e, no final de cada mês, os clientes pagavam aos fornecedores a totalização devida.

Por motivos de aumento da população e do próprio sistema moderno, ligado ao crescimento do número de instituições financeiras, todo o sistema de vida mudou e, sucessivamente, o dia-a-dia das pessoas também. Os bancos passaram a disponibilizar uma série de possibilidades de crédito, tais como, o estabelecimento de cartões de crédito, cheques especiais, empréstimos pessoais e um conjunto de apetrechos, que antes não eram adotados.

Sabemos que para tudo existe um custo, e nos dias atuais, os brasileiros vivem uma realidade de pobreza decorrente do pequeno salário e da própria crise no planeta. Com a disponibilização desses cartões de créditos no início eram verdadeiros anjos de guarda, mas no segundo tempo, quase sempre não foi possível pagar sua fatura, por total, sendo apenas pago o mínimo. Por essas atitudes, as dívidas se tornaram um enorme iceberg, motivadas pelos extorsionários juros, basta observar no campo dessas faturas, visualizando os juros cobrados nos conhecidos créditos rotativos, "pagamento mínimo".

Resultados de pesquisas acerca da matéria, apontaram um aumento anual na casa dos 500% em alguns casos, sendo encontrada taxa de até 595%, num caso e, segundo esses dados informados, a taxa média de serviços é de 259,23% ano. Exemplifico, para se ter uma ideia, num caso dos 595% - imagine que a fatura totalizou em R$ 2 mil, este cliente paga o mínimo, que é 20%, correspondente a R$ 400, e o restante, em doze parcelas, no final totalizará R$ 3.904. Insta mencionar que quem determina a taxa de juros, que será utilizada será a própria instituição financeira.

Especialistas do assunto recomendam o pagamento total da fatura, mas infelizmente, a maioria desses consumidores não faz dessa forma e alternativas seriam buscar empréstimos, com juros mais baixos, para suprir a fatura por total, mas para os desequilibrados seria nada mais que parar a utilização desse crédito. Consumidores que conseguem efetuar os pagamentos normais por total e em dia, enfrentam um habitual problema de todos acerca da matéria. O alto valor da anuidade, que é comum sua variação. Outros, que cobram pela inatividade do cartão, também, e ainda os que ajudam o cliente não cobrando anuidade.

Devido à modernidade colocada em nossos costumes, somada por males do século, como os assaltos à mão armada, tudo isso reivindica maior logística e celeridade na hora de comprar, sendo absolutamente preciso a utilização desses cartões - mesmo sendo esse "mal necessário", que merece um cuidado essencial na hora de comprar e pagar a fatura, tudo relacionado aos juros, anuidades e taxas, que são aplicados por essas instituições financeiras.


Notas:

* André Marques de Oliveira Costa é advogado doutorando em Direito pela UNLZ. [ Voltar ]

Palavras-chave:

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/os-cartoes-e-suas-vulnerabilidades

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid