O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, afirmou hoje (13) que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) avança ao defender a punição judicial dos padres envolvidos em crimes de pedofilia. "É um avanço para um novo momento. Essa é uma questão que dói de ser discutida e que expõe uma minoria que integra a Igreja Católica no mundo, mas é algo que precisa ser enfrentado", afirmou Ophir. "A Igreja deve levantar o véu sobre esse assunto-tabu, o qual ninguém ainda havia tido a coragem de discutir".

Para Ophir Cavalcante, as várias denúncias de envolvimento de membros da Igreja Católica em crimes de pedofilia são determinantes para que Igreja enfrente esse problema. O presidente da OAB acredita que essa discussão se dará de forma equilibrada e responsável, como sempre caracterizaram os atos da CNBB - parceira histórica da OAB nas lutas em defesa da sociedade. "É normal que as instituições se auto-corrijam. Devem fazê-lo para traçar um novo caminhar e adequar os seus rumos para não perder credibilidade".

Ao defender punição aos padres pedófilos, a Igreja, segundo explica Ophir Cavalcante, reconhece a existência de desvirtuamentos em sua missão religiosa, mas não pode deixar de enfrentar esse assunto. "Esta deve ser uma discussão madura, séria e comprometida com os próprios ideais da Igreja. Deve-se, portanto, louvar a postura da CNBB porque a lei se aplica a todas as pessoas".

Ainda segundo lembrou o presidente nacional da OAB, o princípio constitucional de que todos são iguais perante à lei vigora em todas as democracias modernas e não há quem fique imune ao império da lei: do religioso ao presidente da República. "A Igreja deve cortar na própria carne e afastar essas pessoas que desvirtuam a missão espiritual da Igreja. Esses devem ser punidos como qualquer cidadão".