OAB requer ao Senado suspensão de tramitação do Novo Código Penal

O presidente no Conselho Federal da OAB afirma que preocupa à advocacia e à sociedade brasileira a forma célere como tem tramitado o projeto

Fonte: OAB Conselho Federal

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O presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, solicitou quinta-feira (11) ao presidente do Senado Federal, José Sarney, a suspensão da tramitação do Novo Código Penal – o projeto de lei nº 236/2012. Em ofício, Ophir afirma que preocupa  à advocacia e à sociedade brasileira a forma célere como tem tramitado o projeto. Por isso, requer a Sarney  “maior e mais prudente discussão sobre um estatuto humano e social de longa duração e que afeta a vida, a liberdade, a segurança, o patrimônio e outros bens jurídicos de milhões de pessoas”.


O presidente nacional da OAB esclarece, ao solicitar a sustação dos prazos de tramitação do Novo Código Penal, que “o pleito visa à ampla discussão nacional de assuntos fundamentais aos cidadãos e à sociedade e, em especial, junto à comunidade dos operadores jurídicos, das academias e instituições de Direito, além de mestres e especialistas”. Ele acrescenta: “somente a partir dessa providencial diligência poderá a OAB ter condições de oferecer emendas resultantes das consultas que também irá promover”.


Ophir Cavalcante ressalta que, em face da sua representação nacional e da legitimidade outorgada por um universo de mais de 700 mil advogados inscritos, “a Ordem dos Advogados do Brasil, cumprindo sua missão histórica, tem o direito e dever e apresentar sugestões para o aprimoramento do aludido projeto, mas não poderá fazê-lo na fase em que o mesmo se encontra atualmente”.


O ofício enviado ao presidente do Senado Federal é acompanhado de levantamento da Comissão Especial de Estudo do Anteprojeto de Lei do Novo Código Penal, constituída pela OAB e integrada por nove advogados de renome nacional, demonstrando que a celeridade no trâmite do PL 236 é incompatível com a importância da matéria. Um trâmite – destaca a Comissão - muito diferente do tratamento conferido ao Código de Processo Penal (projeto 156/2009), que teve prazos mais adequados e permitiu ouvir as diversas opiniões da sociedade e do mundo jurídico. Já o Novo Código Penal teve o início de sua tramitação em 18 de outubro de 2011 e o prazo para apresentação do parecer final da Comissão Especial fixado para 04 de dezembro de 2012 - com exíguo espaço nesse meio tempo para discussões e recebimento de emendas.


Do mesmo modo, a Comissão da OAB critica o fato de que as audiências públicas para discutir temas importantes como os crimes contra a vida, dentro do projeto do Novo Código Penal (PL 236), não guardaram qualquer simetria com aquelas ocorridas à ocasião das discussões do CPP (PL 156). “É imperioso ressaltar que a busca de tais participações comunitárias não se fez como ocorreu com o Projeto n. 156/2009 (CPP), ou seja, audiências coordenadas pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e com base no texto do projeto já existente”.

Palavras-chave: Código penal; Projeto; Reforma; Suspensão; Tramitação

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2 Comentários

Antonio Vasconcelos sua profissão15/10/2012 20:25 Responder

Demorou para manifestações a respeito das mudanças no Código Penal, sem dúvida a Lei Penal precisa e muito inovação, mas esta mudanças teriam de ser para moralizar e não tornar mais caotico nossa realidade, principalmente no Crime de Furto. Somente quem já teve seu imóvel furtado ou mesmo pichado para saber o quanto é frustante ter o lar violado, além de que com o texto novo, realmente seria viavel furtar, já que no final prestaria serviços e ainda por cima com bens que não precisaria trabalhar tanto para possuir. A historia de \\\"casa/residencia\\\" asilo inviolável, fica somente válido para a Policia?

Rodolpho Bittencourt Estudante16/10/2012 10:45 Responder

Apoio totalmente a atitude do Presidente da OAB. Mostra que a entidade não é um simples sindicato ou uma representação burocrática de uma classe profissional, mas sim uma instituição com princípios éticos e compromisso com a sociedade. Concordo totalmente com a posição do Presidente. Uma lei de tamanha relevância social como o novo Código Penal precisa de deliberação ampla, porém não burocrática, dos vários setores da sociedade civil e dos profissionais do direito.

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