MST cobra assentamento de 430 mil famílias

Fonte: Jornal do Senado

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O cumprimento da meta anunciada pelo governo federal de assentar 430 mil famílias até 2006 é uma das principais reivindicações feitas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em documentos entregues ontem ao presidente do Senado, Renan Calheiros.

Os sem-terra solicitam, ainda, punição exemplar de todos os fazendeiros responsáveis pela violência contra os trabalhadores rurais e a transferência, para a esfera federal, dos processos relativos aos assassinatos desses trabalhadores. O aumento dos recursos liberados para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), a duplicação do valor real do salário mínimo e a não-liberação para plantio comercial de qualquer semente transgênica também constam do documento.

Segundo Renan, a Marcha Nacional pela Reforma Agrária demonstrou que é possível "reivindicar com civilidade". Ele disse ainda que é preciso priorizar a pauta dos movimentos sociais, em especial do MST, e evitar que se contingenciem recursos destinados à reforma agrária e aos programas sociais.

Os manifestantes do MST iniciaram a caminhada de 238 quilômetros no dia 2 de maio, em Goiânia. Os documentos foram entregues também ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto.

No Plenário, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) saudou o MST pela realização da marcha. "Eles vieram dos 27 estados da Federação e estão tendo com as autoridades dos locais por onde passam um relacionamento exemplar", comentou.

Mão Santa (PMDB-PI) apoiou a marcha e criticou o governo por não conseguir conter a violência nas cidades e no campo. João Capiberibe (PSB-AP) afirmou que o objetivo da marcha é mostrar ao poder público a necessidade de se implantar uma política de reforma agrária no país com o objetivo de eliminar os conflitos e injustiças sociais, as mortes e a impunidade no campo.

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