MPF/MG oferece mais uma denúncia contra Marcos Valério e ex-sócios por lavagem de dinheiro

De acordo com a denúncia, foram efetuadas, entre os anos de 1998 e 2000, várias remessas ilegais de dinheiro ao exterior, em valores que ultrapassaram US$ 620 mil

Fonte: MPF

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De acordo com a denúncia, foram efetuadas, entre os anos de 1998 e 2000, várias remessas ilegais de dinheiro ao exterior, em valores que ultrapassaram US$ 620 mil

O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF/MG) ofereceu nova denúncia contra Marcos Valério Fernandes de Souza e seus ex-sócios Cristiano de Mello Paz e Ramon Hollerbach Cardoso. Eles são acusados dos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

De acordo com a denúncia, foram efetuadas, entre os anos de 1998 e 2000, várias remessas ilegais de dinheiro ao exterior, em valores que ultrapassaram US$ 620 mil. Os valores foram movimentados através da conta Beacon Hill, pertencente ao esquema do Banestado.

A Beacon Hill Service Corporation funcionava como uma espécie de ?instituição financeira? através de uma conta mantida no JP Morgan Chase/NY. Apelidada de conta-ônibus, ela abrigava dezenas de outras subcontas, pertencentes em sua maioria a doleiros brasileiros, que operavam entre si por meio de um sistema de compensação paralelo, à margem da lei. Uma das subcontas mantidas junto à Beacon Hill era justamente a conta da Lonton Trading, uma offshore, constituída pelas leis das Ilhas Virgens Britânicas, que foi utilizada pelos acusados para movimentar ilegalmente divisas no exterior.

Os recursos eram transferidos para o exterior, via contas CC5, e a Lonton Trading, por sua vez, emitia cheques no Brasil com o objetivo de quitar supostos débitos de responsabilidade da SMP&B, empresa pertencente aos acusados. Durante as investigações, apurou-se que os valores eram remetidos ao exterior, mas, na contabilidade da SMP&B, apareciam como lançamentos a favor de empresas brasileiras.

Na verdade, segundo o MPF, esse processo de lavagem de dinheiro tinha o objetivo de viabilizar a dissimulação da natureza e origem dos valores provenientes de crimes contra a Administração Pública decorrentes do esquema que ficou conhecido como mensalão mineiro.

Campeonato Mundial de Supercross ? O esquema que deu origem ao chamado mensalão mineiro foi descrito minuciosamente na denúncia oferecida pelo procurador-geral da República perante o STF em 20 de novembro de 2007. A denúncia relatava que as empresas DNA Propaganda e SMP&B, pertencentes a Marcos Valério, Clésio Andrade, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, supostamente criadas para atuar na área de comunicação e publicidade, mas sabidamente voltadas para a atividade de lavagem de dinheiro, foram utilizadas para desviar quantias milionárias de estatais mineiras. Destinados a patrocinar eventos esportivos, os recursos, na verdade, eram repassados clandestinamente à campanha de reeleição do então governador de Minas Gerais, Eduardo Azeredo.

Um dos eventos esportivos citados na denúncia do mensalão mineiro foi justamente o Campeonato Mundial de Supercross, Etapa Brasil, 1999/2000. Esse campeonato, juntamente com o Iron Biker - O Desafio das Montanhas e o Enduro Internacional da Independência, foi utilizado como pretexto para que empresas estatais - no caso a Comig, a Copasa e o extinto Bemge - pudessem repassar recursos para a SMP&B. Durante as investigações, foram encontradas movimentações financeiras diretamente relacionadas com o Campeonato Mundial de Supercross, em transações envolvendo a Lonton Trading e a empresa Action Group International Limited, a mando da SMP&B, numa triangulação contábil que evidenciou o ciclo da lavagem de dinheiro.

O grupo também esteve envolvido em crimes contra o sistema financeiro nacional. Em novembro do ano passado, o MPF em Belo Horizonte denunciou Marcos Valério, Ramon Holerbach e Cristiano Paz, juntamente com gestores do Banco Rural, por negociações envolvendo empréstimos temerários, que tinham o único objetivo de movimentar os recursos empregados na campanha eleitoral ao governo do estado e remunerar os acusados pelos serviços criminosos prestados.

Para o MPF, todos esses crimes ? evasão de divisas, crimes contra a Administração Pública e contra o sistema financeiro ? são antecedentes do crime de lavagem de dinheiro de que são agora acusados Marcos Valério, Ramon Rhollerbach e Cristiano Paz.

?Apesar de já terem sido oferecidas outras denúncias, as investigações quanto à movimentação ilegal de recursos no exterior prosseguiram. Nessa nova denúncia foi imputada ao grupo a evasão de divisas e lavagem de dinheiro referente a transações bancárias não albergadas nas outras denúncias, pois quando aquelas foram oferecidas ainda não havia prova hábil para tanto?, afirma o MPF.

Palavras-chave: denúncia

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