Ministro da Justiça considera ‘grave’ declaração de advogada de delatores sobre ameaças

Para José Eduardo Cardozo, cabe apuração do Ministério Público Federal

Fonte: O Globo

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, comentou nesta sexta-feira, na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) do Rio, a decisão da advogada Beatriz Catta Preta, defensora de nove delatores da Operação Lava-Jato, de abandonar a profissão por se sentir ameaçada. Para Cardozo, a denúncia é "grave":


— Evidentemente é uma denúncia grave e caberá ao Ministério Público Federal, que conduz a questão das delações premiadas, tomar as decisões cabíveis para apuração — disse após participar do encerramento do 9º encontro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.


Em entrevista ao “Jornal Nacional”, da TV Globo, ontem, a advogada afirmou que a intimidação veio de integrantes da CPI da Petrobras que votaram a favor de sua convocação. Perguntado se acreditava nas ameaças que a advogada teria recebido, Cardozo afirmou que não poderia “entrar em considerações” sobre a questão, mas reafirmou que o Ministério Público tem as condições necessárias para apurar.


Catta Preta foi convocada para dar explicações sobre a origem de seus honorários. A pressão sobre a defensora, segundo ela, teria aumentado depois que o delator Júlio Camargo relatou um encontro com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em 2011, em que o deputado teria lhe pedido US$ 5 milhões em propina. Cunha nega a acusação.


No início da noite de ontem, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, concedeu liminar para dar à advogada o direito de não responder a perguntas de integrantes da comissão. Hoje, o presidente da CPI da Petrobras, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), manteve a convocação da advogada e justificou que ela poderá esclarecer na comissão que tipo de ameaças estaria sofrendo.


— A CPI continua sendo a oportunidade para ela dizer quais são as ameças, esclarecer o que está sofrendo. A CPI quer saber quem a ameaçou. A CPI investiga, não ameaça ninguém — disse Motta.

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