Loucos Essenciais

Dias atrás escrevi sobre a saga dos Fittipaldi e como os formadores de opinião da mídia ajudam a sustentar nosso complexo de vira latas.

Fonte: Luciano Pires

Comentários: (0)




Dias atrás escrevi sobre a saga dos Fittipaldi e como os formadores de opinião da mídia ajudam a sustentar nosso complexo de vira latas. Hoje mostro o resultado prático dessa sustentação e encerro o assunto.

Esta semana coordenei um evento especial: o FD 01, o famoso Copersucar, que foi reapresentado no Salão do Automóvel de 2004, andou no autódromo de Interlagos, 30 anos após tê-lo feito pela primeira vez.

Totalmente reconstruído, brilhando como novo, o carro passou voando pelo retão dos boxes, diante de uma platéia de mais de 200 jornalistas e convidados. Quando o motor foi ligado ainda dentro do box, com aquele mundaréu de gente em volta, a emoção tomou conta.

Vi marmanjos com os olhos brilhando. Eram lágrimas.

O piloto era Wilson Fittipaldi Jr, como 30 anos atrás. Deu três voltas, parou e passou o carro para seu filho Christian, que saiu roncando alto...

Imagine a cabeça de Wilson. No encerramento do evento ele chorou ao dizer que tinha visto "seus dois filhos na pista". Pura emoção.

Desculpem-me, mas vou retomar um outro texto que já utilizei, indispensável neste momento. A ODE AOS LOUCOS.

"Aqueles que vêem coisas de uma forma diferente, que não gostam de muitas regras e que não respeitam o status quo.

Você pode elogiá-los, discordar, difamar ou duvidar deles. Mas não pode ignorá-los, pois eles provocam mudanças.

Eles inventam. Imaginam. Resolvem. Exploram. Criam e inspiram. Eles obrigam o homem a evoluir. Talvez tenham que ser loucos.

De outra forma, como alguém poderia enxergar uma obra de arte em uma tela vazia? Ou imaginar uma música que nunca foi escrita? Ou olhar a lua e imaginar uma estação espacial?

Alguns podem vê-los como desajustados, rebeldes, criadores de caso...loucos!

Prefiro chamá-los de empreendedores.

Pois as pessoas loucas o suficiente para sonhar que podem mudar o mundo, são justamente as que o fazem ".

Os Fittipaldi, trinta anos atrás, acharam que podiam montar uma equipe de Fórmula 1. Mais: que seria possível projetar e construir um carro competitivo no Brasil. Acharam que podiam concorrer de igual para igual com pilotos das maiores equipes. Achavam que podiam encarar a Ferrari, Brabham, Williams...Só podiam estar loucos!

Resultado: o Brasil transformou-se num dos cinco únicos países que construiu um carro de F1. E que chegou em segundo, em terceiro, em quarto... Mais não fez por falta de patrocínio.

Pois logo na abertura do evento, no meio da multidão em torno do FD 01, sofrendo do complexo de vira latas um cara me diz:

- Quanta gente! Vieram aqui pra empurrar o carro?

Pois é...

Invejem o país que têm loucos.

Tenham pena do país que deles desdenha.

Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista. Visite o site www.lucianopires.com.br.

Palavras-chave:

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/loucos-essenciais

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid