O deputado federal Gilberto Kassab (PFL), vice do prefeito eleito de São Paulo, José Serra (PSDB), recorreu da decisão da Justiça que autorizou, na quarta-feira, a quebra do sigilo bancário do parlamentar.

Os advogados de Kassab entraram com um recurso --chamado agravo de instrumento-- na 2ª Câmara de Direito Público do TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo.

No recurso, a defesa pede a suspensão da decisão da juíza Maria Gabriela Sacchi, da 11ª Vara da Fazenda Pública, que autorizou a quebra do sigilo bancário de Kassab e do deputado estadual Rodrigo Garcia (PFL).

O pedido foi feito pela Promotoria da Cidadania. Kassab e Garcia são investigados por eventual enriquecimento ilícito. Segundo o promotor Antonio Celso Campos de Oliveira Faria, o processo corre sob sigilo.

Os advogados de Kassab disseram acreditar que o recurso será analisado entre hoje e sexta-feira.

Investigação

O inquérito foi aberto com base em reportagem da Folha, publicada em julho, sobre a evolução patrimonial de Kassab. Entre 1994 e 1998, descontada a inflação, o patrimônio pessoal do deputado teve um salto de 316%. Nesse período, Kassab foi eleito deputado estadual e trabalhou, por um ano e três meses, no governo Pitta.

Sócio de Kassab em empreendimentos, Garcia foi seu chefe-de-gabinete no período em que ele ocupou a Secretaria de Planejamento da administração Celso Pitta (1997-2000).