Por três votos a dois, a 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu na noite de terça-feira habeas corpus para Suzane Louise von Richthofen, acusada de planejar e executar, juntamente com o namorado e o irmão dele, o assassinato dos pais em outubro de 2002.

A ex-universitária e os irmãos Daniel (namorado de Suzane) e Christian Cravinhos estão presos desde a época do crime. O casal Richthofen dormia quando foi morto a pauladas por Daniel e Cristian. Daniel era namorado de Suzane e a família dela não aceitava o relacionamento. Suzane teria aberto a porta para os dois entrarem.

O advogado de Suzane, Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, justificou o pedido de liberdade para sua cliente afirmando que ela é ré primária, tem bons antecedentes e não representa perigo à ordem pública, nem criará obstáculos à aplicação da lei penal.

O Ministério Público pede a condenação dos três por homicídio triplamente qualificado. A data do julgamento ainda não foi marcada.

Ao concederem o habeas corpus a Suzane, os ministros do STJ consideraram insuficiente os motivos que determinaram a prisão temporária, a preventiva e a permanência dela na cadeia, quando foi mandada a júri. Agora, Suzane vai aguardar o julgamento em liberdade.

O relator, Hélio Quaglia Barbosa, e o ministro Hamilton Carvalhido votaram contra o pedido de habeas corpus, por considerarem inexistentes os fundamentos para a suspensão da prisão. Segundo o relator, se Suzane respondeu ao processo presa e a prisão atual é decorrente da provisória, não haveria motivo para libertá-la em razão apenas da mudança de título devido à aceitação da pronúncia.

Já os ministros que votaram a favor entendem que não há motivos suficientes para justificar a ordem de prisão.

Suzane está em um presídio de Rio Claro, no interior de São Paulo, que abriga presos que estão em vias de serem libertados. No local, as presas trabalham.