Se pedido for aprovado, Olga Guimarães vai emendar férias com folga de três meses. Polícia Federal gravou telefonemas da juíza com traficante colombiano.

A juíza Olga Regina Guimarães, suspeita de envolvimento com o traficante colombiano Gustavo Bautista e recentemente promovida, vai pedir licença-prêmio de três meses. A juíza pretende emendar o benefício com as férias, que terminariam no dia 30 de outubro, conforme explicou ao G1 o advogado de Olga, Maurício Vasconcelos.

De acordo com informações da assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia, Olga Guimarães deveria retornar ao trabalho como titular da Vara de Substituições de Salvador no dia 1º de novembro.

Vasconcelos disse que a cada cinco anos trabalhados, os juízes tem direito a tirar três meses de licença. ?Eu não sei exatamente o dia que ela pretende pedir, mas deve ser ainda nesta semana, antes do retorno das férias, afirmou o advogado.

Vasconcelos afirmou que, no final do mês passado, entregou extratos bancários de contas da juíza e do marido, declarações de imposto de renda e outros documentos ao Tribunal de Justiça da Bahia. Quanto mais profunda for a investigação da Justiça, melhor para minha cliente. Vamos mostrar que ela é inocente e está absolutamente tranqüila em relação a todas as acusações que fizeram contra ela, diz.

Olga e o marido, Baldoíno Santana, foram flagrados em gravações de conversas telefônicas realizadas pela Polícia Federal com o traficante Gustavo Duran Bautista. Sobre as gravações realizadas pela Polícia Federal, Olga confirmou para seu advogado que a voz é mesmo dela. Porém, quando discutem sobre dinheiro, estão se referindo ao valor de uma casa em Itacaré, que o traficante comprou de Olga, segundo o advogado.

Ela confirma que almoçou em São Paulo, mas antes de saber que ele era traficante. Há 90 dias, Bautista era considerado um empresário em todo o nordeste?, diz Vasconcelos. ?Olga Guimarães é conhecida em toda a Bahia por sua dignidade e honestidade. Com as investigações, isso ficará provado.?

Sobre a amizade de Olga com a família de alguém que já teve um caso julgado por ela, Vasconcelos disse que não há problemas. ?Ela julgou o caso dele há sete anos e ele só foi absolvido a pedido do Ministério Público, disse Vasconcelos.

De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça da Bahia, o órgão pode conceder ou não o benefício para a juíza, tudo dependerá da avaliação de quem receber o pedido. O resultado pode sair no mesmo dia em que o pedido é realizado, mas no caso da juíza, poderá ser levado em conta o fato dela ser investigada.