Gilmar Mendes diz que recurso de Lula à ONU é ação 'precipitada' e de 'índole política'

Na peça, o ex-presidente fez críticas ao que considera 'abuso de poder' do juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato.

Fonte: Estadão

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O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avaliou como uma ação "precipitada" a denúncia feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Comitê de Direitos Humanos da ONU contra o Estado brasileiro. A peça foi encaminhada ao organismo internacional no último dia 18, com críticas ao que o ex-presidente considera "abuso de poder" do juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Operação Lava Jato.


"No mínimo eu diria que é uma ação precipitada, mas deve ter uma lógica no campo político, onde o ex-presidente atua com maestria. Portanto não me parece que seja uma questão a ser analisada no plano jurídico, me parece que é mais uma ação de índole política", afirmou o ministro, ao chegar para a sessão de abertura do semestre judiciário no STF. Ele destacou que o ex-presidente é alvo de investigações da Lava Jato que ainda estão em curso e que a denúncia oferecida contra o petista até o momento é de competência da Justiça em Brasília e não em Curitiba, onde a apuração é conduzida por Moro.


Na última sexta-feira, 29, a Justiça Federal em Brasília aceitou denúncia contra Lula, o senador cassado Delcídio Amaral (sem partido-MS), o banqueiro André Esteves, o pecuarista José Carlos Bumlai e mais três pessoas. O grupo é acusado de operar para obstruir as investigações da Lava Jato, com tentativa de comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró.


"Tantas pessoas a esta altura já responderam a esse juízo de Curitiba sem nenhum reparo. Aqui ou acolá sempre surge uma crítica ou outra, mas para isso existem também os tribunais, o TRF, o STJ, o próprio Supremo. Muitas questões já foram e estão sendo avaliadas em sede de habeas corpus", completou o ministro Gilmar Mendes, sobre a condução dos processos da Lava Jato por Moro.


Gilmar sugeriu que tentativas de "manobrar" para escapar do processo judicial na Lava Jato não têm tido efeito na Justiça. Questionado sobre a situação de Lula, que deve responder perante a Justiça Federal em Brasília, Gilmar sugeriu que as investigações têm seguido independentemente do local responsável pela condução do caso.


"A competência tem que ser definida. Não adianta ficarmos debatendo. Os senhores se lembram que lá atrás já tivemos também embates, no caso do Paulo Bernardo - se a matéria ia para Curitiba, se ia para São Paulo. O resultado acaba sendo o mesmo. Como também fizemos um procedimento mais complexo para o impeachment e eu disse: 'olha, problema de falta de votos não se resolve no Tribunal'. E os senhores viram que a questão acabou sendo decidida. Em suma, são manobras, tentativas de escapar do processo judicial, mas isso não resulta efetivo", completou Mendes.


No caso do ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo (Governo Lula), a investigação saiu das mãos do juiz Sérgio Moro e ficou sob responsabilidade da Justiça em São Paulo, após o STF decidir pelo fatiamento de um dos braços da Lava Jato. Na ocasião, Gilmar Mendes foi um dos votos vencidos no debate em plenário, ao defender que o caso permanecesse em tramitação em Curitiba.

Palavras-chave: Operação Lava Jato ONU Lula "Abuso de Poder" "Ação de Índole Política"

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1 Comentários

Anselmo Acácio de Jesus advogado19/08/2016 15:22 Responder

O Gilmar devia explicar porque D.Dantas e Abdelmassy mereceram HC, principalmente da forma como foi concedido! Aliás, deveria o Gilmar tirar a toga para falar sobre politica, já que reúne a todo momento com o pior que existe da politica, principalmente com políticos acusados de cometerem os mesmo crimes dos quais a lava jato já condenou. Pobre Justiça que é fotografada diariamente abraçada aos políticos acusados desta mesma comedia pastelão da lava jato! Por que o Gilmar não sai do tribunal e vai direto para o seu partido disputar eleição e matracar suas besteiras na Câmara ou no Senado? Como Juiz parcial e suas opiniões míope, ultrapassada e elitizada, tal conduta não acrescenta nada de útil no dia a dia da Nação! Não sei se a politica ganharia alguma coisa, mas a Justiça sim, a imparcialidade!

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