FIPECAFI Projetos: resultados de bancos e empresas de commodities devem ser destaques no 3º trimestre

Os grandes bancos devem perder parte de suas receitas com tarifas bancárias, as quais representaram cerca de 7,5% no 1º semestre.

Fonte: Enviado por Alessandra Taraborelli

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São Paulo, outubro de 2021 - A temporada de balanços do terceiro trimestre de 2021 está batendo à porta e há grande expectativa para saber como as empresas se comportaram no período, que teve avanço da taxa Selic e commodities subindo, assim como o dólar e a inflação.


Diante deste cenário, o analista CNPI e professor da FIPECAFI Projetos Fábio Sobreira, ressalta que bancos como Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil têm grandes desafios devido à forte concorrência dos bancos digitais, que oferecem produtos gratuitos e possuem taxas de captação mais atraentes aos investidores.


Pesa também para o setor, os novos produtos criados pelo próprio governo, como o PIX, que vem se tornando o principal meio de transferência de valores no País, substituindo a TED e o DOC.


“Com este novo cenário, os grandes bancos devem perder parte de suas receitas com tarifas bancárias, as quais representaram cerca de 7,5% das receitas totais no primeiro semestre do ano, influenciando diretamente suas margens, que hoje giram em torno de 14%”, avalia Sobreira


Com a possível diminuição de margens devido à concorrência e ao maior custo do crédito – vale lembrar que a taxa básica de juros no período passou de 4,25% para 6,25% ao ano - estes bancos têm apostado fortemente na diminuição de sua estrutura de custos fixos, aproveitando as possibilidades trazidas pela massiva digitalização, que levou ao fechamento de muitas agências e a diminuição do uso de estruturas administrativas. Isto deve contribuir para os bons resultados das instituições financeiras, acompanhando a performance de seus pares norte-americanos, os quais vêm apresentando bons resultados no período.


Por outro lado, a inadimplência continua sendo a maior preocupação do setor, principalmente, com a diminuição dos estímulos do governo após a normalização das atividades. Estas incertezas acarretam maiores provisões sobre créditos de liquidação duvidosa, as quais vinham diminuindo após as máximas apresentadas nos balanços do primeiro semestre de 2020 (1S20), no início da pandemia.


Sobreira lembra que o consenso do mercado é o de que os lucros dos grandes bancos aumentem em torno de 13% em relação ao 3T20, mas caiam até 24%, quando comparados com o 2T21.


Outro setor muito relevante na Bolsa é o de empresas produtoras de commodities, um dos alicerces do Brasil. Estas empresas têm suas receitas fortemente influenciadas pelos mercados internacionais que, no último trimestre, sofreram grandes oscilações em seus preços.


Diferente do setor financeiro, considerados defensivos pela resiliência de seus resultados, o setor de commodities é um setor volátil e deve ser sempre analisado em ciclos, que podem durar meses, anos ou até mesmo décadas, o que dificulta a comparação de seus resultados em períodos curtos. Com pouca ingerência no preço de seus produtos, cabe a estas empresas uma boa gestão de seus custos e de suas margens, a fim de se manterem competitivas no mercado.


No geral, estas empresas ainda devem apresentar bons resultados no 3T21, principalmente comparando-se com o fraco 3T20, em meio às fortes incertezas sobre a vacinação no mundo, mas nem todas devem conseguir superar os números vistos no 2T21, com seus altos lucros puxados pelo chamado “boom das commodities”.


O setor de petróleo, por exemplo, que tem a Petrobrás como principal representante, beneficiou-se com o aumento do preço do barril no terceiro trimestre e, apesar das tentativas de interferências políticas em suas receitas, deve apresentar mais um sólido resultado no período, com previsão de receita líquida próxima dos 120 bilhões de reais. Porém, mudanças na cultura mundial sobre a utilização de combustíveis fósseis e a forte influência de questões ambientais na cultura das empresas podem mudar o jogo em breve.


Já o setor de metais e mineração, liderado pela Vale, teve um período bem mais conturbado, com o preço do minério de ferro caindo dos impressionantes US$ 226,85 na máxima de 12 de maio para US$ 117,65 no fim de setembro. Mesmo com a queda, as empresas do setor ainda devem apresentar lucro, mas estes devem ser até 20% abaixo dos alcançados no trimestre anterior. Restrições governamentais e crises no setor de construção advindos da China podem agravar a situação da commodity para os próximos períodos, o que derrubaria as receitas das nossas gigantes do setor.


Por sorte, a excelência de nossas empresas produtoras de commodities tem se demonstrado um diferencial competitivo contra outros países, bastando às mesmas manterem-se focadas em seu operacional, evitando escândalos de natureza política, ambiental ou até mesmo organizacional.

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