Fim do Exame de Ordem e fiscalização pelo TCU devem voltar à pauta da Câmara

Submissão da Ordem ao TCU é uma das bandeiras eleitorais de Eduardo Cunha

Fonte: Conjur

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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil vem se preparando para uma batalha. O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), voltou a articular projetos que batem de frente com os interesses da entidade e que foram, inclusive, propostas durante sua campanha nas últimas eleições.

Na linha de frente, está o projeto que pretende acabar com o Exame de Ordem, hoje obrigatório para o exercício da profissão. O PL 7.116/2014, um dos que trata da matéria, foi desarquivado no início deste ano a pedido do autor, o deputado Francisco Tenório (PMN-RN).

Outra grande pedra no sapato da OAB é o projeto que obrigará a entidade a ser fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União. A tese é a de que, como a OAB é uma autarquia federal, suas contas devem ser escrutinadas pelo TCU, assim como todas as demais entidades do tipo. Esbarraria no entendimento do Supremo Tribunal Federal de que a OAB é uma "autarquia suis generis", mas é uma briga com muitos apoiadores de todos os lados.

A briga de Cunha com a OAB é antiga. Remonta à época em que Ophir Cavalcante, quando à frente da entidade, falou publicamente contra a presença do deputado na relatoria do projeto de reforma do Código de Processo Civil. Ophir dizia que Cunha é economista, e o projeto deveria ficar com um advogado. Foi para o deputado Paulo Teixeira (PT-SP).

Cunha não perdoou. Desde então vem buscando formas de fragilizar a OAB. Quase passou uma emenda numa Medida Provisória para tornar o Exame de Ordem gratuito. A Associação dos Bacharéis em Direito, que reúne "examinandos", estima que a OAB arrecade R$ 80 milhões por ano com a prova, conforme disseram em audiência pública no Senado. E calcula que todo ano 100 mil candidatos são reprovados, o que, a uma taxa de inscrição de R$ 200, garantiria uma renda fixa de R$ 20 milhões.

O Conselho Federal da OAB está preocupado. Afirmam que, juntando os reprovados e suas famílias, somam-se mais de dois milhões de pessoas. E são pessoas que ajudaram a colocar Eduardo Cunha na Câmara mais uma vez. O santinho de campanha do deputado em 2014 elencava, entre as principais propostas, acabar com o Exame de Ordem e submeter a OAB ao TCU. E do jeito que ele tem conseguido arregimentar os insatisfeitos, o sinal amarelo tem avermelhado.

Prudência e razão

Embora haja a preocupação, o secretário-geral da OAB, Claudio de Souza Pereira, coordenador nacional do Exame de Ordem, se diz confiante de que os deputados entendem a importância da prova. “O Exame verifica requisitos mínimos para o exercício da profissão, nada mais que isso. É uma forma de garantir o preparo daqueles que farão a defesa de direitos fundamentais. Nossa aposta é na prudência e na razão”, comenta.

Um dos argumentos levantados pelos autores do projeto que pretende acabar com a prova é o de que ela seria um obstáculo ao livre exercício da profissão. Claudio Pereira garante que essa discussão está superada: “A lei estabelecer uma qualificação profissional é obedecer ao que diz a Constituição”.

Sobre ter as contas fiscalizadas pelo TCU, o secretário-geral da Ordem acredita que se trata de uma retaliação por parte do deputado e por isso é um caso de “desvio do poder de legislar”. Segundo ele, articular a aprovação dos projetos é tentar calar os críticos, “um gravíssimo desvio de finalidade”.

“Por isso não acreditamos de maneira nenhuma que o Congresso vá concordar com isso. É uma casa da democracia, não vai concordar com retaliação à Ordem”, analisa Pereira. Ele adianta que, caso os projetos sejam de fato pautados, os representantes da entidade vão levar seus argumentos aos parlamentares, para evitar o que considera “uma lástima para a democracia”. 

Palavras-chave: Exame de Ordem Eduardo Cunha TCU Projeto

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8 Comentários

Sergio Moura Rodrigues Advogado20/02/2015 18:16 Responder

Quem deve preparar para a profissão são as entidades de ensino, e quem deve fiscalizar é o MEC, o exame não prepara nada além da fortuna dos que estão diretamente ligados ao exame de ordem, como a FGV, Cursinhos e apoiadores, além da OAB.

Fernanda Advogada20/02/2015 19:30 Responder

Concordo. É um absurdo o preço da inscrição e também a OAB nunca se preocupou em melhorar o ensino, só malhar as instituições ela sabe. Também concordo passar pelo TCU. Nunca vi um conselho de classe com tantos privilégios como a OAB. Pra onde vai o dinheiro da inscrição? O dinheiro da anuidade vai mesmo pra onde falam?

Elisa Advogada20/02/2015 21:17 Responder

Estão misturando alhos com bugalhos. Que se submeta a OAB ao TCU, é lógico que sim, eis que errado foi o STF ao concluir e determinar o contrário. Quanto ao Exame de Ordem, se acabar, a avalanche de profissionais despreparados será óbvia. É verdade que o MEC deveria fiscalizar, MAS NÃO FISCALIZA, nem os cursos de direito, nem qualquer outro. Quem condena o Exame de Ordem são exatamente aqueles bacharéis mal formados, oriundos das Faculdades de pior qualidade, que nada mais são que "comerciantes" do ensino. Quem perderá com isso será toda a população brasileira, principalmente a de menor poder aquisitivo, que terá que sujeitar-se a profissionais com limitados conhecimentos de direito. Se um dia pudermos nos orgulhar do ensino brasileiro, aí, sim, a medida seria boa, evidentemente. O Exame de Ordem não avalia cursos de direito, mas impede que pessoas sem a adequada formação profissional adentrem nos foros judiciários e façam com que, ainda mais, a Justiça seja insuficiente para a necessidade do povo brasileiro. Se passar muito teremos a lamentar. Quem viver, verá.

Jesualdo Macena Menezes Economista21/02/2015 11:31 Responder

Prezados comentaristas. Os aspectos técnicos do nosso Ordenamento Jurídico tendencioso, excludente e elitista NÃO determinam o bom profissional da advocacia. A ética, SIM. Mas recentes (e remotos) escândalos parecem mostrar o contrário. Neste aspecto, o Exame da OAB NÃO qualifica ninguém. A sociedade, portanto, nada tem a perder. Porém a "CONTABILIIDADE", favorável à OAB, mostra claramente quem sucumbirá financeiramente caso o Projeto de Lei seja aprovado. Os arautos da continuidade do Exame de Ordem querem tão somente dar continuidade a uma RESERVA DE MERCADO. Falam de "bacharéis mal formados", "detentores de parcos conhecimentos jurídicos", "oriundos das faculdades de pior qualidade" (caça-níqueis). Afirmam que o MEC não fiscaliza, sem no entanto impor-lhe cobranças na qualidade de cidadãos "preocupados". Acenam com a "necessária" FILTRAGEM DA OAB. Todavia o que tais personagens e seus seguidores têm feito para mudar situação tão esdrúxula?? PORQUE AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR QUE TANTO CONDENAM CONTINUAM A OPERAR?? É muito fácil criticar. Apontar soluções simples. Difícil mesmo é estabelecer um critério lógico entre coisas que encerram certo grau de complexidade. PENSEM NISSO. E, por fim, a provável submissão da OAB ao TCU, em termos de fiscalização. A principal Corte de Contas do nosso País CARECE de condições morais para atuar. O correto mesmo é acabar de vez com o Exame de Ordem e que a oportunidade de advogar seja estendida a todos os bacharéis. Só se imporá no mercado quem for capaz. A sociedade só terá a ganhar.

Helio Jorge Silvino de Lima Bacharel de Direito21/02/2015 12:41 Responder

Sem duvida isto vem sendo um obstáculo ao livre exercício da profissão, Sim. Não considero que seja “uma lástima para a democracia”, uma lástima sim, são milhões de bacharéis impossibilitados de exercer sua profissão é completamente endividados com Fies sem poder pagar. Volto e afirmo a diz que esta prova não mede conhecimento de ninguém mais serve para encher os bolsos da própria OAB que arrecade R$ 80 milhões por ano com a prova. Deputado Eduardo Cunha e deputado Francisco Tenório, devem sim levar frente com todo empenho e não se abater com qualquer tipo de insinuações,tenho certeza que estes 100 mil candidatos que são reprovados estão com vocês. Esta arrecadação de 80 milhões pela OAB vai aumentar mais ainda porque o valor para esta próxima prova é de R$220,00 reais. Por isto é que a OAB não quer perder esta esta mina de ouro. Vamos enfrente para sairmos desta escravidão.

Helio Jorge Silvino de Lima Bacharel de Direito21/02/2015 12:41 Responder

Sem duvida isto vem sendo um obstáculo ao livre exercício da profissão, Sim. Não considero que seja “uma lástima para a democracia”, uma lástima sim, são milhões de bacharéis impossibilitados de exercer sua profissão é completamente endividados com Fies sem poder pagar. Volto e afirmo a diz que esta prova não mede conhecimento de ninguém mais serve para encher os bolsos da própria OAB que arrecade R$ 80 milhões por ano com a prova. Deputado Eduardo Cunha e deputado Francisco Tenório, devem sim levar frente com todo empenho e não se abater com qualquer tipo de insinuações,tenho certeza que estes 100 mil candidatos que são reprovados estão com vocês. Esta arrecadação de 80 milhões pela OAB vai aumentar mais ainda porque o valor para esta próxima prova é de R$220,00 reais. Por isto é que a OAB não quer perder esta esta mina de ouro. Vamos enfrente para sairmos desta escravidão.

Helio Jorge Silvino de Lima Bacharel de Direito21/02/2015 12:41 Responder

Sem duvida isto vem sendo um obstáculo ao livre exercício da profissão, Sim. Não considero que seja “uma lástima para a democracia”, uma lástima sim, são milhões de bacharéis impossibilitados de exercer sua profissão é completamente endividados com Fies sem poder pagar. Volto e afirmo a diz que esta prova não mede conhecimento de ninguém mais serve para encher os bolsos da própria OAB que arrecade R$ 80 milhões por ano com a prova. Deputado Eduardo Cunha e deputado Francisco Tenório, devem sim levar frente com todo empenho e não se abater com qualquer tipo de insinuações,tenho certeza que estes 100 mil candidatos que são reprovados estão com vocês. Esta arrecadação de 80 milhões pela OAB vai aumentar mais ainda porque o valor para esta próxima prova é de R$220,00 reais. Por isto é que a OAB não quer perder esta esta mina de ouro. Vamos enfrente para sairmos desta escravidão.

Helio Jorge Silvino de Lima Bacharel de Direito21/02/2015 12:41 Responder

Sem duvida isto vem sendo um obstáculo ao livre exercício da profissão, Sim. Não considero que seja “uma lástima para a democracia”, uma lástima sim, são milhões de bacharéis impossibilitados de exercer sua profissão é completamente endividados com Fies sem poder pagar. Volto e afirmo a diz que esta prova não mede conhecimento de ninguém mais serve para encher os bolsos da própria OAB que arrecade R$ 80 milhões por ano com a prova. Deputado Eduardo Cunha e deputado Francisco Tenório, devem sim levar frente com todo empenho e não se abater com qualquer tipo de insinuações,tenho certeza que estes 100 mil candidatos que são reprovados estão com vocês. Esta arrecadação de 80 milhões pela OAB vai aumentar mais ainda porque o valor para esta próxima prova é de R$220,00 reais. Por isto é que a OAB não quer perder esta esta mina de ouro. Vamos enfrente para sairmos desta escravidão.

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