Empresa versus Responsabilidade Social

Everton Alves Ferrari, Graduado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário de Jales - Unijales. Pós-graduando - MBA em Controladoria Gestão Contábil com Ênfase em Auditoria pelo Centro Universitário de Votuporanga - Unifev. Professor.

Fonte: Everton Alves Ferrari

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Everton Alves Ferrari ( * )

Com a globalização da economia, os anseios para a maximização dos lucros e a redução de gastos de produção para atender as necessidades do mercado com baixo custo, exigiu dos administradores e empresários uma atuação mais competitiva e agressiva para expansão dos negócios. O advento de inovadoras tecnologias e mecanismos empregados nos processos produtivos como a robotização, automação e terceirização de tarefas, tornaram-se uma arma para as grandes corporações alcançarem esses objetivos. Não obstante o crescimento da corporação passa pelo crivo da Responsabilidade Social.

Partindo-se da premissa de que o capital investido na corporação, por si só não produz resultados, pois sem o emprego do trabalho e da inteligência do homem, associado aos recursos naturais, a empresa torna-se improdutiva.

As empresas são consideradas as principais instituições sociais e o seu poder para a solução de problemas sociais, ambientais e políticos são imensos. Elas estão inseridas em um ambiente de constantes modificações, principalmente com economias recessivas e depressivas e que a todo instante são coibidas de tomarem decisões em virtude das conseqüências que causarão à sociedade.

O emprego de padrões e princípios que orientam o mundo dos negócios a agir de forma honesta, passa a ser fundamental. Quando uma organização age de maneira correta, na mente das pessoas, o ato dura poucos dias, mas no caso de uma contravenção à ética, pode durar anos, como exemplo o escândalo das gigantes americanas WorldCom a segunda maior operadora de telefonia de longa distância, e a de energia Enron que já foi a companhia mais admirada do planeta, ambas manipularam artificialmente suas demonstrações contábeis, ocultando suas despesas e por conseqüência inflando seus lucros, passando à sociedade a imagem de uma empresa "lucrativa e responsável".

A crescente consciência da sociedade e a preferência por empresas que se preocupam com a preservação ambiental que assola nosso país, despertou nas organizações, a necessidade de um crescimento empresarial sustentável e consciente. Cada vez mais a sociedade exige, além dos interesses dos proprietários e dirigentes, lealdade e parceria da empresa com seus fornecedores, preocupação constante com a satisfação do cliente, remuneração justa para seus funcionários, erradicação ao trabalho infantil, saúde e segurança do trabalhador, participação dos trabalhadores nos resultados da empresa, incentivo e desenvolvimento pessoal, honestidade, comunicação transparente, utilização racional de recursos naturais não renováveis, medidas de proteção e preservação ambiental, contabilidade honesta e recolhimento justo de tributos.

O Balanço Social é uma ferramenta contábil que ajuda a aferir o montante de investimentos efetuados pela organização e a explicitar o desempenho da empresa no desenvolvimento da prática de responsabilidade social e cidadania. Tramita, atualmente, na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei nº 032/99 que acrescenta ao rol de demonstrações contábeis, a obrigatoriedade da elaboração do Balanço Social pelas empresas.

É através do Balanço Social que a organização torna pública, toda a sua atuação e retribuição perante a sociedade que lhe acolhe. Muito embora ainda não aprovado, muitas organizações vêm divulgando voluntariamente o resultado de suas práticas de responsabilidade social, e com isso a sociedade torna-se a grande auditora dessas empresas.



Notas:

* Everton Alves Ferrari, Graduado em Ciências Contábeis pelo Centro Universitário de Jales - Unijales. Pós-graduando - MBA em Controladoria Gestão Contábil com Ênfase em Auditoria pelo Centro Universitário de Votuporanga - Unifev. Professor. [ Voltar ]

Palavras-chave: empresa

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