Em ofício a Sérgio Moro, Ordem dos Advogados do Brasil defende sigilo para honorários advocatícios
A OAB enviou petição ao juiz titular da Operação Lava-Jato, Sergio Moro, em que afirma que informações sobre a origem de honorários advocatícios "são invioláveis e devem ser resguardadas por força do sigilo profissional"
A Seção Nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) enviou petição ao juiz titular da Operação Lava-Jato, Sergio Moro, em que afirma que informações sobre a origem de honorários advocatícios "são invioláveis e devem ser resguardadas por força do sigilo profissional".
O magistrado pediu manifestação da OAB sobre o fato de a CPI da Petrobras ter apresentado requerimento em que convoca a advogada Beatriz Catta Preta a esclarecer a origem de seus ganhos como defensora de delatores da Operação Lava-Jato. A criminalista renunciou recentemente às defesas do lobista Julio Camargo, do executivo da Setal Augusto Ribeiro Mendonça e do ex-gerente de Engenharia da diretoria de Serviços da Petrobras Pedro Barusco.
O requerimento foi apresentado pelo deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), aliado político do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que está sob investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR). Ele é suspeito de ser beneficiário de propina de US$ 5 milhões operada por Julio Camargo em dois contratos de fretamento de navios-sonda pela petrolífera avaliados em US$ 1,2 bilhão.
No pedido a Sergio Moro, o presidente da OAB, Marcus Vinícius Coêlho, sugere que o magistrado indefira o pedido feito pela CPI. Ele também diz que a entidade já encaminhou ofícios à presidência da CPI da Petrobras na Câmara dos Deputados requerendo a reconsideração da autorização para convocar Beatriz a depor.