Elas investem mais (e melhor!)

Se há alguns anos as mulheres não se interessavam por investimentos, hoje não podemos dizer o mesmo. E os números mostram que elas não só passaram a investir, como superaram os homens. Segundo um levantamento realizado pela Warwick Business School, do Reino Unido, as investidoras não só obtiveram uma rentabilidade maior, de 1,8%, como superaram também o FTSE100, índice das 100 empresas listadas na Bolsa de Londres com maior valor de mercado.

Fonte: Sofia Gancedo

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Reprodução: Pixabay.com

Se há alguns anos as mulheres não se interessavam por investimentos, hoje não podemos dizer o mesmo. E os números mostram que elas não só passaram a investir, como superaram os homens. Segundo um levantamento realizado pela Warwick Business School, do Reino Unido, as investidoras não só obtiveram uma rentabilidade maior, de 1,8%, como superaram também o FTSE100, índice das 100 empresas listadas na Bolsa de Londres com maior valor de mercado.


Para chegar ao resultado, os pesquisadores acompanharam 2,8 mil pessoas e seus hábitos de investimento durante três anos. E parte dessa evolução está na facilidade com que os investidores podem acessar suas carteiras e optar por novas modalidades.


Para entender esse fenômeno, investiguei os cinco principais motivos pelas quais a tecnologia está ajudando a impulsionar o crescimento do investimento entre as mulheres:


1.       Confiança para investir


Ainda que esta crescente curva seja percebida em mercados como o britânico, em alguns países a maioria das mulheres nunca fez um investimento. Em mercados como a América Latina, onde a "brecha financeira" de financiamento de negócios entre mulheres e homens é de US$ 93 bilhões, a carência de investimentos para o público feminino pode estar impedindo-as de fazer seus aportes financeiros.   


Embora a tecnologia não possa ajudar as mulheres a superarem os complexos desafios socioeconômicos e culturais relacionados às aplicações financeiras, as ferramentas digitais criam caminhos para o investimento de gênero. As plataformas digitais são uma força crucial na democratização do conhecimento e das percepções sobre o investimento, propiciando uma maneira simples e econômica de começar. 


2.        Gerenciar os investimentos é mais acessível


As plataformas digitais permitem que os indivíduos administrem seus ativos de modo que suas escolhas se adaptem aos seus próprios objetivos e atitudes em relação ao risco. Por exemplo, algumas mulheres podem preferir carteiras mais estáveis, sem grandes movimentações, enquanto outras desejam ser mais ativas. Quer você verifique seus investimentos uma vez por ano ou todos os meses, as plataformas digitais tornam esse acesso rápido e simples.


A tecnologia pode ajudar as mulheres a superarem ambos os obstáculos. Elas podem acessar facilmente classes de ativos de risco mais baixo do ponto de vista histórico, tais como os imóveis, e verificar o desempenho regular de seus investimentos, o que pode torná-las mais confiantes para investir. 


3.        A tecnologia está derrubando barreiras comunicacionais


Não há escapatória ao fato de que a linguagem empregada para conversar sobre investimentos pode ser complexa e também um impeditivo para muitas pessoas. Com o acesso à informação e as plataformas on-line, essa situação sofre uma alteração e passa a contar com canais com linguagem mais fáceis e acessíveis. Por muito tempo, a linguagem do universo de investimentos foi utilizada para impedir e excluir as mulheres, ao mesmo tempo que o custo de acesso também funcionava como uma barreira. 


Para muitas das plataformas on-line, o objetivo não é atrair indivíduos ricos que possam pagar altos honorários, mas encorajar o maior número possível de pessoas a se envolverem. A linguagem é fundamental para que isso ocorra. Tornar mais acessíveis as informações e os dados que as pessoas precisam para tomarem decisões não somente ajuda a estabelecer maior confiança sobre o setor; também leva, de modo direto, a resultados mais positivos para o crescente número de mulheres investidoras.


4.        As mulheres podem começar a investir mais cedo


O investimento tradicional tem sido, com frequência, financeiramente inacessível para as mulheres jovens. De acordo com o relatório da Fidelity International, 12% das mulheres com idades entre 18 e 34 anos procuraram aconselhamento financeiro, em comparação com 21% de seus pares do sexo masculino. Em contraste, porém, 59% das mulheres se preocupam com dinheiro pelo menos uma vez por semana, e 54% dizem que estão preocupadas por não ter dinheiro suficiente para uma aposentadoria confortável. 


Começar a investir mais tarde na vida pode limitar os retornos potenciais que as mulheres poderiam obter com seu portfólio. No entanto, a tecnologia abriu caminhos mais acessíveis para quem deseja investir. Isso significa que elas podem começar a aplicar seu dinheiro desde mais jovens e constituir diversos portfólios entre classes de ativos, mercados e moedas.


5.        É mais fácil investir de forma internacional


A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) concluiu que a digitalização produziu novas plataformas de investimento inovadoras, das quais todos podem tirar proveito. Nunca estivemos em um mundo tão globalizado quanto o atual, e isso está promovendo um efeito positivo sobre as oportunidades que, de modo tradicional, haviam colocado à margem o acesso de determinados grupos. Agora é possível utilizar plataformas digitais intuitivas para acessar investimentos domésticos, bem como mercados fortes e moedas estáveis em todo o mundo para proteger os investimentos contra crises locais. 


Se por um lado a revolução digital tem desafiado a todos a desenvolver um senso de urgência e adaptação em relação às novas tecnologias, esse mesmo fenômeno tem impulsionado as mulheres a desbravar o território dos investimentos, a fim de garantir um futuro mais seguro em termos de segurança e independência financeira.


*Sofía Gancedo é COO da Bricksave e licenciada em Administração de Empresas pela Universidade de San Andrés e mestre em Economia pela Eseade.

Palavras-chave: Mulheres Investimentos Confiança Tecnologia Levantamento Warwick Business School Londres

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