Dono do Rei do Bacalhau nega ter matado o pai e acusa delegado

O acusado alegou ter sido vítima de uma armação do delegado M.P., que presidiu o inquérito, a quem acusou de tentativa de extorsão

Fonte: TJRJ

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O empresário Antônio Fernando da Silva, dono do restaurante Rei do Bacalhau, negou nesta quinta-feira, dia 4, ao juiz Fábio Uchoa, do 1º Tribunal do Júri do Rio, ter mandado matar o pai, Plácido da Silva Nunes, em outubro de 2007. No interrogatório, Antônio, que está preso desde julho, alegou ter sido vítima de uma armação do delegado Manuel Paredes, que presidiu o inquérito, a quem acusou de tentativa de extorsão.


Durante a mesma audiência, o juiz ouviu ainda os depoimentos do motoboy Jackson Almeida Galo, também acusado do crime, do promotor Leonardo Araújo Marques e do delegado Fábio Pacífico Marques, indicados como testemunhas pelos advogados dos acusados. O motoboy negou participação na morte de Plácido, mas contou que ouviu o segurança da família Carlos Eduardo Torres Galvão, o Carlão, comentar que “daria fim” ao empresário, a mando de Antônio Fernando.


Segundo a denúncia, depois de mandar matar o pai, Antônio teria sido chantageado pelo segurança Carlão. Então, o empresário decidiu eliminá-lo. Para isso, contratou Jackson, que matou Carlão em Caxias, em maio de 2008, mas que acabou preso e condenado a 12 anos de prisão. Apesar disso, Jackson negou a autoria e não revelou o nome do suposto mandante.


O herdeiro do Rei do Bacalhau é acusado ainda em outro processo de ter encomendado a morte do gerente financeiro José Maurício Ferreira, que estaria desconfiado dos desfalques no restaurante cometidos por Antônio e ameaçava denunciá-lo por sonegação fiscal. O empresário é investigado também pelo assassinato do pai de santo Robson Luís Fonseca Ferreira.


Ouvido na condição de testemunha de defesa, o promotor Leonardo Araújo Marques disse ao juiz Fábio Uchoa ter sido procurado, em 2009, por Antônio Fernando, através de um assessor parlamentar da Assembléia Legislativa. O empresário contou sobre a morte do pai e disse que alguns policiais estariam tentando extorqui-lo. O promotor, na ocasião, afirmou que podia encaminhar o caso para a Central de Inquéritos do Ministério Público, mas Antônio alegou que tinha medo de represálias e ficou de pensar, não retornando mais.


A audiência realizada nesta quinta-feira foi a última da fase de instrução processual, onde são produzidas as provas pela acusação e pela defesa. O Ministério Público e os advogados dos réus terão cinco dias de prazo cada um, sucessivamente, para a apresentação de suas alegações finais. Depois disso, o juiz decidirá se pronuncia ou não os réus para irem a júri popular.

 

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