Diretoria da Siemens aprovava suborno no Brasil, diz delator

Segundo depoimento de delator, três membros do alto escalão da empresa alemã sabiam do esquema de propina em cartel do Metrô de SP

Fonte: Folha de São Paulo

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O ex-diretor da Siemens Everton Rheinheimer afirmou, em depoimento sigiloso à Polícia Federal, que a alta cúpula da multinacional alemã aprovava o pagamento de propina a políticos e funcionários para conseguir contratos com o Metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de trens Metropolitanos (CPTM).


Rheinheimer citou em seu depoimento o nome de três dirigentes da empresa que sabiam do esquema: Newton Duarte, Ronaldo Cavalieri e Ricardo Lamenza. Segundo o delator, os três “sabiam desses pagamentos, pois cada um tinha parte da atribuição dentro da empresa para aprova-los”.


A Siemens afirmou que não encontrou irregularidades relacionadas a Lamenza. Já Duarte, disse que nunca deu ordens “para fazer algo ilícito”. Cavalieri não quis comentar o caso.


Segundo Rheinheimer, o suborno era repassado por consultorias, que recebiam quantias milionárias. Investigação da Polícia Federal aponta que as consultorias foram usadas para distribuir propinas para servidores como o ex-diretor da CPTM, João Roberto Zaniboni, que teria recebido US$ 250 mil em uma conta na Suíça.


Cartel


Ex-executivos da Siemens delataram em maio do ano passado ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) que várias empresas multinacionais participaram de um cartel para fraudar concorrência em contratos no Metrô e na CPTM.


A licitação da Linha 5-Lilás está entre as fraudes, que teriam acontecido pelo menos entre 1998 e 2008 em São Paulo. Durante o período, o estado foi governado por Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, todos do PSDB.

Palavras-chave: cartel siemens direito público propina

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