Um suicídio foi simulado após o crime, ocorrido em Mato Leitão

Após dois dias de julgamento, realizado na quinta e sexta-feira, 8 e 9, chegou ao fim um dos casos mais rumorosos do Vale do Taquari: o assassinato do então vereador do município de Mato Leitão, Milton Heisler. O Tribunal do Júri da comarca de Venâncio Aires, a qual Mato Leitão pertence, condenou o então suplente de vereador Dionísio Konrad à pena de 15 anos de reclusão pela prática do crime de homicídio triplamente qualificado.

O vereador foi encontrado morto entre a noite do dia 22 e a madrugada de 23 de dezembro de 1997, na localidade de Linha Sampaio, no interior daquele município. Inicialmente tratado como suicídio pela Polícia, o caso foi desvendado a partir da intensificação e complementação das investigações, nos anos de 2003 e 2004, promovidas pelo delegado Antônio Firmino de Freitas Neto e pelo promotor de Justiça Júlio César Melo.

Foi concluído que a vítima não cometera suicídio, mas sim fora morta com um golpe de gravata, sendo posteriormente amarrada com uma corda a uma árvore em frente a sua residência. Com a morte da vítima, Dionísio Konrad, então suplente, assumiu a vaga de titular na Câmara de Vereadores. Atendendo pedido formulado pelo Ministério Público, o réu Nestor José Fortes, o ?Ratão?, foi absolvido.

O feito teve exaustiva instrução, onde 104 testemunhas foram ouvidas. Antes do júri final duas sessões chegaram a ser canceladas. O promotor de Justiça Júlio César Melo representou o Ministério Público em plenário. O julgamento ocorreu na Sociedade Olímpica de Venâncio Aires, onde cerca de 500 pessoas ouviram a leitura da sentença.