Concedido adicional de periculosidade a vigia que não trabalhava armado

Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho condenou o Município de Ipaussu, em São Paulo, a pagar adicional de periculosidade a um vigia, mesmo sem trabalhar armado.

Fonte: Marcos Roberto Hasse

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Reprodução: Pixabay.com

Recentemente, o Tribunal Superior do Trabalho condenou o Município de Ipaussu, em São Paulo, a pagar adicional de periculosidade a um vigia, mesmo sem trabalhar armado.


As atividades do vigia consistiam em cuidar da praça central da cidade e dos arredores da igreja matriz, o que, segundo o vigia, o expõe a risco roubos, agressões e violência física, tendo em vista que precisa abordar suspeitos no local e, com isso, entende que sua atividade é a de segurança pessoal e patrimonial.


O TST fundamentou a decisão com base em portaria do Ministério do Trabalho e Emprego que classifica as atividades de segurança patrimonial e pessoal como perigosas, independentemente do uso de arma e no Incidente de Recursos Repetitivos (IRR) nº 1001796-60.2014.5.02.0382, que já havia fixado entendimento no sentido de que o trabalhador exposto a risco de violência física no desempenho das atribuições profissionais de segurança pessoal e patrimonial deve receber o adicional.


A ministra Kátia Magalhães Arruda, relatora do acórdão, menciona, ainda, a tese firmada pelo STJ, que possibilita o reconhecimento da especialidade da atividade de vigilante, com ou sem arma de fogo, desde que haja comprovação da efetiva nocividade da atividade, que coloque em risco a integridade física do segurado.


Ao entrar com a ação, o vigia já havia saído vitorioso, porém a empresa recorreu até Brasília, no TST, onde viu seu recurso e sua tese de defesa serem negadas, por conta dos precedentes jurisprudenciais e da portaria do MTE.


Em síntese, é importante observar que o simples fato de não estar armado e não ter habilitação ou treinamento para o uso de arma de fogo não exclui o risco da atividade, razão pela qual o vigia receberá o adicional de periculosidade retroativo a todo o contrato de trabalho.


*Marcos Roberto Hasse: Proprietário da Hasse Advocacia e Consultoria, se envolve diretamente em todas as áreas do escritório. Iniciou sua paixão pelo Direito na Faculdade de Direito em Curitiba/PR durante 4 anos, onde concluiu seu último ano de Graduação através da FURB – Universidade Regional de Blumenau/SC em (1995). Pós Graduado em Direito Tributário e Processual Tributário (2002), pela UNIVILLE –Universidade da Região de Joinville/SC, conta com a participação em Congressos Nacionais e Internacionais para desenvolver seu conhecimento e auxiliar o interesse de seus clientes. Possui mais de 25 anos de experiência nas matérias de Direito Civil, Tributário, Previdenciário, Trabalhista e Ambiental, onde também atuou como professor na UNERJ – Universidade Regional de Jaraguá do Sul/SC, hoje Católica de Santa Catarina, Atualmente conselheiro OABSC

Palavras-chave: Concessão Adicional de Periculosidade Vigia Trabalho Desarmado

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