Computador ilegal detém 70% do mercado no país

SÃO PAULO. A indústria da pirataria de computadores, que copia programas legais e contrabandeia peças e equipamentos, engoliu 70,4% das vendas do produto em 2003 no Brasil.

Fonte: Jornal O Globo

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SÃO PAULO. A indústria da pirataria de computadores, que copia programas legais e contrabandeia peças e equipamentos, engoliu 70,4% das vendas do produto em 2003 no Brasil. Se o governo não apertar a fiscalização, a participação do computador pessoal (PC, como é conhecido pela sigla em inglês) ilegal poderá chegar a 75% este ano, o que vai colocar o país como líder da pirataria no mundo, desbancando a China (que está no ranking de 2003 com 73%).

Este é o resultado de uma pesquisa divulgada ontem pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Encomendado à IDC, consultoria de tecnologia de informação e comunicações, o trabalho pretendeu mapear o prejuízo das empresas que operam dentro da lei e apresentar sugestões ao governo.

Segundo a pesquisa, só no ano passado o volume de impostos que deixaram de ser recolhidos com a pirataria de componentes e programas e a venda sem nota fiscal chegou a R$ 1,5 bilhão, quantia que seria suficiente para dobrar os recursos que o Conselho Curador do FGTS liberou em nova modalidade de financiamento de casas populares (de R$ 1 bilhão, destinado a quem recebe até R$ 1.560 por mês). Perdem também o consumidor, que se arrisca a levar produtos de péssima qualidade e sem garantia, e a indústria instalada no país.

? A concorrência desleal prejudica o crescimento do setor, os novos investimentos e a geração de empregos ? disse o presidente da Abinee, Ruy de Salles Cunha.

A participação dos PCs piratas tem crescido com força nos últimos anos. Em 1996, de cada dez equipamentos, quatro eram montados ilegalmente. Hoje, a empresa líder do segmento de PCs no país detém apenas 5% do mercado total. Os cinco maiores têm 15,2% das vendas, contra 64,5% nos EUA e 43% na média mundial.

Estudo sugere montagem local de componentes

No esforço para reduzir seus custos, o montador de computadores recorre ao contrabando de equipamentos. Pela pesquisa, o comércio ilegal de peças ópticas chega a 70% dos casos. Um dos itens mais caros, a placa-mãe tem um mercado ilegal que responde por 62% das vendas no Brasil.

Como resultado, o preço despenca. Por uma configuração com memória de 40Gb, leitor de CD, monitor de 17 polegadas e o programa Windows XP Profissional, o fabricante oficial cobra R$ 3.080,35. Na mão do pirata, sai por R$ 1.828,77 ? 41% a menos.

Entre as recomendações apresentadas ao governo estão incentivo à montagem local de componentes, isenção de impostos e aumento do número de fiscais nas fronteiras.

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