Cinco advogados presos por corrupção e envolvimento em compra e venda de decisões judiciais
Cinco advogados foram presos pela Polícia Federal, dentro da Operação Asafe, deflagrada hoje (18), sob a acusação de intermediarem um esquema de venda de sentenças.
Cinco advogados foram presos pela Polícia Federal, dentro da Operação Asafe, deflagrada hoje (18), sob a acusação de intermediarem um esquema de venda de sentenças. Em círculos ligados à Advocacia revela-se que o esquema funcionava como uma verdadeira "corretagem de sentenças", em que os participantes recebiam comissões.
As prisões foram decretadas pela ministra Nancy Andrighi, do TSE. Participam da operação 125 policiais federais e dois médicos, acompanhados de seis membros do Ministério Público Federal e 10 representantes indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso.
Dentre os nove presos está a advogada Célia Cury, esposa do desembargador aposentado compulsoriamente em fevereiro deste ano, José Tadeu Cury.
Além dela, foram presos Jarbas Nascimento ? ex-chefe de gabinete de Tadeu Cury no TJ-MT - e Cláudio Emanuel Camargo ? empresário e genro de Tadeu Cury.
Os policiais também cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Jarbas Nascimento, ex-chefe de gabinete do desembargador aposentado, no bairro Boa Esperança. O advogado de Jarbas, Otto Medeiros, disse agora à tarde, à TV Centro América que "o ex-chefe de gabinete está apenas prestando depoimento na sede da PF".
Estão também recolhidos à carceragem da PF os advogados Altenor Alves de Souza, Alessandro Jacarandá, Maxweize Mendonça e Rodrigo Vieira. Além deles, vários profissionais da Advocacia tiveram seus escritórios ocupados pela PF, com mandados de busca e apreensão.
Também passaram pela PF a juiza Maria Abadia Aguiar e o ex-juiz eleitoral Renato Vianna, que ocupou vaga no Tribunal Pleno do TRE-MT, representando a classe dos advogados.
A PF ainda busca cumprir dois mandatos de prisões, um de advogado e outro de uma "lobista", que atuaria no esquema de tráfico de influência. Os nomes destes duas pessoas procurados - mas ainda não presas - por enquanto não foram divulgados.
A Polícia Federal negou, por outro lado, qualquer prisão de magistrado ou ex-magistrado. Mas admitiu que foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências de José Tadeu Cury e Donato Fortunato Ojeda, desembargadores aposentados do TJ-MT.
Também foram presos Cláudio Emanoel que é genro da advogada Célia Cury e outra pessoa identificada como Santos de Souza Ribeiro.
O advogado Eduardo Gomes, ex-prefeito de Alto Paraguai foi ouvido levado à PF para depor e liberado em seguida. O desembargador José Tadeu Cury também esteve na sede da Polícia Federal em Cuiabá. A exemplo de Vianna e Maria Abadia, apenas prestou esclarecimentos e foi liberado em seguida. A esposa dele continua presa.
O desembargador Cury foi aposentado cumpulsoriamente pelo Conselho Nacional de Justiça por envolvimento no esquema de desvio de dinheiro, por meio da folha de pagamento, como empréstimo a Loja Maçonica Grande Oriente. E o desembargador Ojeda se desligou do TJ-MT aposentado por cumprimento de tempo de serviço.
Os fatos apurados encontram-se sob segredo de justiça e versam sob supostas práticas de exploração de prestígio, corrupção ativa e passiva e formação de quadrilha. Ao todo são 30 mandados de busca e apreensão e nove mandados de prisão.
As investigações iniciaram em 2007 quando a Polícia Federal de Goiás indicou situações que envolviam possível exploração de prestígio em Mato Grosso. A investigação foi denominada Asafe em referência ao profeta que escreveu o Salmo 82 da Bíblia. Asafe foi um dos principais músicos do Rei Davi.
ZNaRSePs VoSJAXNeAPTFPziF23/05/2010 23:35
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23/05/2010 23:35