Caso Cachoeira: testemunhas de acusação confirmam esquema criminoso

Quatorze testemunhas deveriam falar ao longo do primeiro dia de depoimentos, mas, até o momento, só duas pessoas de acusação foram ouvidas

Fonte: Agência Brasil

Comentários: (0)




O primeiro dia de depoimentos da Operação Monte Carlo na Justiça Federal em Goiânia, reservado à oitiva das testemunhas, ocorre nesta terça-feira (24) em Goiânia com atrasos no cronograma inicial. Catorze pessoas deveriam falar ao longo do dia, mas, até o momento, só duas testemunhas de acusação foram ouvidas. Elas confirmaram a existência de esquema criminoso liderado pelo empresário C.A.A.R., o Carlinhos Cachoeira.


A audiência, coordenada pelo juiz Alderico Rocha, começou por volta das 9h. Carlinhos Cachoeira chegou quase uma hora antes do início da sessão para acompanhar os depoimentos. Ele foi transferido de Brasília, onde estava detido, para Goiânia, nessa segunda-feira (23). Cachoeira é acusado de liderar esquema de exploração de jogos ilegais no Centro-Oeste investigado pela Operação Monte Carlo.


A esposa de Cachoeira, A.M., e o pai, S.R., compareceram à audiência e defenderam o empresário das acusações. “Ele é um Cristo, está sofrendo na mão dos outros”, disse o pai de Cachoeira, insistindo que o processo contra seu filho é uma questão política.


Mesada - O primeiro a depor foi o policial federal F.A., que trabalhou como analista das escutas da Operação Monte Carlo. Ele afirmou que as investigações evidenciaram a existência da organização criminosa chefiada por Cachoeira e que o empresário pagava “mesadas” a autoridades públicas e a civis para manter o esquema.


F.A. ainda disse que o policial W.T., assassinado na semana passada em um cemitério de Brasília, foi abordado por policiais militares enquanto investigava a quadrilha de Cachoeira. Segundo o depoente, esses militares podem estar ligados ao grupo do empresário goiano.


A segunda testemunha ouvida foi o policial federal L.C.P., que confirmou as declarações de F.A. e deu mais detalhes sobre as investigações e as escutas. Ele negou que o delegado da Polícia Federal F.B., acusado de vazar informações sigilosas para o grupo de Cachoeira, estivesse infiltrado no grupo por ordem da PF.


Dispensa - Devido ao atraso no cronograma, o procurador D.R., que atua no caso, acredita que o juiz Alderico Rocha pode dispensar algumas testemunhas – estava previsto o depoimento de quatro testemunhas de acusação e dez de defesa.


O segundo e último dia de depoimentos, com a oitiva dos réus, deveria ocorrer amanhã (25), mas já se considera que as testemunhas podem ser ouvidas até quinta-feira (26).


O processo da Operação Monte Carlo que corre na Justiça Federal em Goiânia tem mais de 80 réus, mas foi desmembrado em duas partes para agilizar a tramitação em relação àqueles que estavam detidos preventivamente. Atualmente, só Cachoeira e G.F., um de seus assistentes, estão presos.


Os réus presos e que agora respondem em liberdade são I.M.A., J.O.Q.N., L.A.S., R.W.S.Q. e W.G.. Todos foram convocados para depor amanhã. G.S., que tem ordem de prisão decretada, está foragido desde a deflagração da Operação Monte Carlo, no dia 29 de fevereiro e não deverá comparecer à audiência.


Além do processo de Goiânia, a Operação Monte Carlo resultou em outros processos no Supremo Tribunal Federal em relação a parlamentares com foro privilegiado, como o então senador Demóstenes Torres. Como ele foi cassado, o processo deverá ser enviado para a Justiça de primeira instância.

Palavras-chave: Depoimento; Operação monte carlo; Testemunhas; Esquema criminoso

Deixe o seu comentário. Participe!

noticias/caso-cachoeira-testemunhas-de-acusacao-confirmam-esquema-criminoso

0 Comentários

Conheça os produtos da Jurid