As advogadas e advogados do Estado de São Paulo

A busca do poder para mudar uma realidade que empobrece a profissão e agride aos seus profissionais

Fonte: Rosana Chiavassa

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Há quase um ano coloquei minha campanha na "rua" com o objetivo único e exclusivo de reconquistar a OAB/SP para todos nós, advogadas e advogados do Estado de São Paulo. Não aceitava - e sigo não aceitando -, vê-la distante de seus associados e servindo, de diferentes maneiras e formas, a um grupo de privilegiados. Não! Por isso procurei, logo no início, aqueles que, já sabia de antemão, compartilhavam o mesmo sentimento. Com eles escrevi a nossa plataforma de propostas e compromissos e que foi sendo aperfeiçoada com o apoio dos demais à medida que a campanha avançava. Hoje a vejo como a mais realista e a que de fato pode cumprir o objetivo de devolver a OAB/SP para todas as advogadas e advogados do Estado de São Paulo.


O meu objetivo nessa campanha, sempre deixei claro, não era o poder pelo poder, mas a busca do poder para mudar uma realidade que empobrece a profissão e agride aos seus profissionais. Por isso me investi de candidata; por isso sai da comodidade de meu escritório para visitar quase todas as subsecções e levar a nossa mensagem.


Confesso que me sentia fortemente estimulada com o simples fato de possuir uma plataforma de qualidade, que ia ao encontro dos anseios da advocacia paulista e, mais ainda, de contar com o apoio irrestrito de advogadas e advogados da antiga, de outras batalhas renhidas, e dos recém-chegados, que jamais pouparam esforços para empunhar uma bandeira que não era apenas nossa, mas de todos nós, advogadas e advogados do Estado. Nunca escondi a alegria de saber que a nossa campanha era percebida como aquela que visava o interesse coletivo e não o pessoal ou de um grupo.


Minha campanha foi sempre aberta e democrática. Todos sabiam de nossos passos e todos sabiam, também, que poderiam entrar no grupo se compartilhassem dos mesmos objetivos. Em momento algum, é importante frisar, estivemos vinculados a pessoas, fosse uma liderança incontestável ou não. Nosso vínculo era única e exclusivamente com o projeto de restituir as advogadas e aos advogados do Estado de São Paulo a entidade que sempre lhes pertenceu. Por isso afirmo que fui leal com todos e fiel aos princípios da campanha, expostos sempre de forma clara e objetiva em todas as reuniões, fossem elas realizadas na pequena Cajuru ou na grande Ribeirão Preto.


Constatamos, porém, ao longo dessa árdua jornada - com visitas a praticamente todas as 225 subsecções, num projeto que envolve quase 350 mil profissionais, entre inscritos e estagiários, que seguir só era impossível. Pelas aproximações programáticas e objetivos comuns com os candidatos de oposição, compor nesta fase com o candidato Alberto Zacharias Toron foi como uma exigência imposta pelo fato de estar a OAB nas mãos de um grupo, que há três gestões mantém-se no poder, apenas alternando, depois de 9 anos, o candidato a presidência, numa estapafúrdia situação de ser o presidente em exercício o candidato à eleição, concomitantemente, com enorme vantagem econômica, havendo notória confusão, inclusive, entre seus gastos como presidente e candidato.


Devo revelar que não foi uma decisão nada fácil, Pensei muito e conversei muito com pessoas próximas, da minha confiança máxima. E, principalmente, conversei muito comigo mesma. Momentos de reflexão profunda. Mas uma decisão teria que ser tomada e por mim, por mais ninguém, ser anunciada. E o faço de cabeça erguida, com o sentimento sincero de estar fazendo o melhor para todos nós advogadas e advogados do Estado de São Paulo.


Sobre os demais candidatos, sempre disse que minha divergência restringia-se ao projeto político de cada um. Jamais tive qualquer óbice de ordem pessoal e profissional contra qualquer um deles. Afirmo, sem receios, que enalteceram dignamente o debate em torno da sucessão da OAB/SP.


Para finalizar, faço um pedido e deixo um recado: que as advogadas e advogadas façam uma reflexão detida sobre a importância da decisão tomada e percebam que ela une dois grandes grupos políticos, o que fortalece ainda mais a advocacia do Estado de São Paulo; que continuarei vigilante e sempre pronta para me manifestar (sem medo, a favor ou contra) sobre atos que afetem a relação da OAB/SP com os seus associados e sobre suas ações institucionais envolvendo a sociedade.


Agradeço a todos os que estiveram comigo nessa caminhada, que me ajudaram a levar, com esperança e alegria, a bandeira da mudança. Sem esse apoio, estejam certos, jamais chegaríamos a esse patamar de unidade da nossa classe.

Palavras-chave: Advogadas; Advogados; Profissão; Projeto Político

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