Após uma visita ao complexo petrolífero da Bacia de Campos, responsável por mais de 80% da produção nacional de petróleo, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, desembarcou no aeroporto Bartolomeu Lizandro, nesta cidade, afirmando que a Petrobras "é o grande ponto positivo do País". O ministro iniciou visita de dois dias a convite da estatal e da Secretaria de Justiça e Assistência Judiciária de Campos.

Na primeira etapa da agenda, o ministro esteve em Macaé, distante 100Km de Campos, onde conheceu detalhes das operações da Petrobras. Numa exposição feita pelo gerente setorial de Operações da Produção Espadarte (FPSO), Javier Gonçalves dos Reis, o ministro tomou conhecimento dos investimentos na maior região produtora de petróleo e gás do país.

"É o grande pólo positivo do Brasil. A gente fica tanto tempo lendo jornal, vendo televisão e só nos deparamos com desgraças. Com coisas que nos decepcionam. O povo já não agüenta. Então, conhecer o trabalho desenvolvido na Bacia de Campos deveria ser dever de todo homem público", afirmou.

De Macaé, a comitiva seguiu para a plataforma semi-submersível P-26. Lá, após um briefing do gerente setorial de plataforma, Humberto Americano Romanus, o presidente do STJ percorreu as dependências da unidade. Essa plataforma se situa a 110 Km do Cabo de São Tomé e tem capacidade para extrair 120 mil barris de óleo e gás. A P-26 é uma das plataformas situadas nos campos de Marlim, Marlim Sul e Roncador.

No final da tarde desta quinta-feira, 1º, o ministro Vidigal seguiu para Campos, onde visita o campus avançado do Centro Universitário Cândido Mendes. Ainda no aeroporto de Campos, o presidente do STJ conversou com um grupo de jornalistas. Um dos questionamentos dos jornalistas da região foi justamente o papel que a mídia vem desenvolvendo a partir das denúncias de pagamento de "mensalões" a parlamentares.

"A imprensa está cumprindo da melhor maneira o seu dever, que é o de informar. O direito à informação é um direito da sociedade. O povo tem o direito de saber tudo e ao que estiver acontecendo a imprensa tem o direito de ter acesso", explicou.

O ministro também tocou na questão da democracia: "A democracia que nós temos não é a ideal, mas todos temos motivo para continuar lutando e trabalhando por uma democracia mais consistente e mais afirmativa. A sociedade tem o direito de interferir diretamente nas coisas do poder. E que o povo possa mudar os seus representantes a cada eleição, sendo informado, portanto, de tudo que possa ser feito. Daquilo que se faz e daquilo que deixam de fazer os seus homens públicos."

Indagado sobre o potencial da região, o presidente do STJ disse que via como sendo "o Brasil que todo o Brasil precisa conhecer. O Brasil que tem dado certo. O Brasil da Petrobras, dos brasileiros da região da Bacia de Campos. Esse é o Brasil que se afirma perante o mundo. E que, dentro de pouco menos que um ano, estará auto-suficiente na produção de petróleo e tem grandes potencialidades em todo o seu território para resolver a maior parte de seus problemas, investindo em energia e em projetos que possam assegurar a infra-estrutura indispensável ao desenvolvimento para que a nossa gente possa ter emprego. O bom governo é aquele que põe dinheiro no bolso das pessoas."

O presidente Vidigal retoma os compromissos de agenda amanhã, 2, com uma entrevista coletiva, às 10h, na Faculdade de Filosofia de Campos (FAFIC). Durante o dia, o ministro visitará o Fórum da Justiça Federal, a seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Fórum da Justiça estadual. Às 19h, na Faculdade de Direito de Campos, o ministro profere conferência como parte das comemorações dos cinco anos da Secretaria de Justiça e Assistência Judiciária do município de Campos dos Goytacazes.

"O Judiciário tem muito a comemorar porque, na estruturação do Estado de direito, o município não tem obrigações com a operação do Direito. E o que tem feito essa secretaria municipal, pelo que tenho sido informado, é algo muito importante na medida em que implementa o apoio à cidadania aqui no município de Campos", disse.

Roberto Cordeiro
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